Como os líderes de RH deverão reagir ao impacto da IA no mundo do trabalho

Face à integração da IA generativa nas empresas, a IBM identifica os principais desafios que os líderes de RH estão a enfrentar e as medidas que deverão tomar no futuro próximo

Como os líderes de RH deverão reagir ao impacto da IA no mundo do trabalho

Com o crescimento da Inteligência Artificial (IA), em particular a tecnologia de IA generativa, o cenário laboral encontra-se em fase de mudança. Apesar da eficácia desta tecnologia, a força de trabalho humana continua a ser uma vantagem competitiva essencial. O estudo do IBM Institute for Business Value (IBV), da IBM, identifica os principais desafios relacionados com o talento que os líderes empresariais estão atualmente a enfrentar.

Segundo o estudo, devido à implementação da IA e da automatização prevista nos próximos três anos, os executivos inquiridos acreditam que 40% da sua força de trabalho terá de ser requalificada, representando 1,4 mil milhões dos 3,4 mil milhões de profissionais a nível global, segundo as estatísticas do Banco Mundial. Para além da lacuna de competências, a criação de novas competências para os atuais trabalhadores é um dos principais desafios apontados pelos inquiridos.

O impacto da IA variará consoante os grupos de colaboradores, prevendo-se que aqueles que se encontram em início de carreira (77%) já estão a sentir os seus efeitos e serão os mais afetados nos próximos anos. Em contrapartida, apenas 11% dos inquiridos refere o mesmo impacto para os cargos executivos ou a gestão de topo.

Para além disto, 87% dos executivos inquiridos acredita que o aumento do número de colaboradores é mais provável do que a sua substituição pela IA generativa. Esta percentagem varia consoante as funções: 97% na área de compras; 93% na área do risco e conformidade; 93% na área financeira; 77% no serviço ao cliente; e 73% no marketing.

O relatório demonstra também que o principal fator que motiva os colaboradores é, acima da flexibilidade e das oportunidades de carreira, o envolvimento numa função que tenha impacto, para além da remuneração e da segurança do emprego.

No entanto, os empregadores parecem não compreender aquilo que é importante, que consideram que realizar um trabalho impactante é o fator menos importante para os seus colaboradores, referindo, em vez disso, a flexibilidade, a remuneração e a segurança do emprego.

Em particular, os líderes de recursos humanos (RH) podem desempenhar um papel essencial na adaptação das empresas às mudanças potenciadas pela IA generativa, estando na linha da frente para enfrentar os desafios elencados e redesenhar as formas de trabalho e os modelos operacionais.

Neste sentido, a IBM sublinha que a automatização de maus processos não os irá melhorar. O process mining permite a análise da forma como o trabalho é realizado e de onde poderão existes estrangulamentos e ineficiências. Desta forma, é possível repensar e reestruturar as formas de trabalho e os modelos operacionais, identificando as tarefas em que a IA ou a automatização poderão ser úteis e, assim, libertando os colaboradores para se concentrarem em tarefas mais importantes.

Por outro lado, é importante investir tanto no talento como na tecnologia, de forma a preparar os profissionais para a IA e outras disrupções tecnológicas. Os líderes de RH, explica o estudo, desempenham um papel crucial na definição da estratégia de transformação da sua organização face à integração da IA. Deverão, assim, realizar o planeamento, a conceção e a estratégia da força de trabalho através da definição das tarefas de maior valor, identificação das funções e competências importantes para o futuro da empresa e a gestão da contratação, da transferência de pessoas para novos cargos, da criação ou combinação de funções, da retenção e muito mais.

Os líderes deverão colocar as competências no centro da estratégia laboral, promovendo novas competências nas equipas, como a utilização da IA de forma criativa e responsável. A IBM sublinha a importância de todos os profissionais terem uma compreensão básica da tecnologia e das suas capacidades, sendo capazes de colocar questões sobre os modelos de treino de dados, sobre as previsões realizadas pela IA e sobre potenciais enviesamentos.

O estudo utiliza a Delta Airlines como exemplo do desenvolvimento de competências e carreiras impulsionado pela IA. A IBM Consulting implementou na empresa uma base de competências e uma plataforma de talentos, permitindo às equipas de Tecnologias de Informação (IA) aumentar as suas habilidades em novas tecnologias críticas.

De acordo com o estudo, a IA poderá transformar a experiência do empregado, colocando-o no lugar do condutor. Com a automatização de tarefas repetitivas, os profissionais podem focar-se no desenvolvimento de competências, no equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, e até na criação de novas funções e percursos profissionais.

A IBM recomenda o envolvimento dos colaboradores no processo, abrindo espaço para uma cultura de feedback, uma mentalidade focada no crescimento e uma abertura para a criatividade e novas ideias, fomentando assim o desenvolvimento da próxima geração de líderes.

Tags

NOTÍCIAS RELACIONADAS

RECOMENDADO PELOS LEITORES

REVISTA DIGITAL

IT INSIGHT Nº 49 Maio 2024

IT INSIGHT Nº 49 Maio 2024

NEWSLETTER

Receba todas as novidades na sua caixa de correio!

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.