Os dados são o negócio

A integração entre dispositivos móveis, aplicações e dados está a alterar a forma como as empresas se relacionam com os clientes e se mantêm competitivas.

Os dados são o negócio

A terceira edição do Mobile Edge, organizada pela Fundação Portuguesa das Comunicações e pela Carbon, centro de competências da BOLD International, juntou alguns dos principais decisores de mercado e developers com o objetivo de debater estratégias de negócio para a transformação digital. Kevin Benedict, analista sénior para a transformação digital e mobilidade empresarial da Cognizant, frisou a importância de todas as empresas embarcarem no digital. “Os dados são o negócio”, disse, e permitem “elevar o seu valor”. O norte-americano diferenciou os líderes – os que estão conscientes do impacto que as tecnologias digitais terão nos seus negócios a longo prazo – dos que acham que a tecnologia não os afeta (os laggards).

 

40 meses para adotar o digital

A este propósito, traçou uma linha temporal: os decisores têm 40 meses para começar a implementar a digitalização – este é o período ao longo do qual se antecipam grandes benefícios, oriundos do investimento em novas tecnologias. A conclusão foi retirada de um inquérito realizado pela Cognizant junto de dois mil executivos em 18 países. “Quem não tiver apostado no digital nos próximos três a quatro anos ficará atrás da concorrência”, disse-nos. Benedict não podia ter sido mais claro: “As empresas têm 40 meses para decidir o futuro dos seus negócios”.

 

Tecnologias prioritárias

A Cognizant identificou três eras de transformação digital: disruptiva (relativa a 2016), hiper digital (até 2020) e ubíqua (de 2020 em diante). Esta distinção decorre igualmente da perceção dos decisores face às tecnologias mais relevantes para os seus negócios. Em cada uma das três eras os lugares cimeiros são ocupados pelo Big Data/analytics e cibersegurança, mobile, Internet of Things e cloud.

 

Impacto do mobile no negócio crescerá 105%

Segundo o Cognizant Center for the Future of Work, os executivos apontaram 328.7 mil milhões de dólares em receitas decorrentes do deployment de tecnologias digitais, em 2015, antecipando que em 2016 o valor se situe nos 480 mil milhões de dólares. E se, hoje, o impacto da mobilidade no negócio é de 19%, em 2020 deverá ser de 39%, devido à procura crescente por parte de consumidores móveis e às suas elevadas expetativas, o que depositará sobre o IT tradicional “stress sem precedentes”, frisou Benedict.

 

CIOs: por onde começar?

Kevin Benedict sublinhou que os responsáveis de IT das empresas devem ter em conta dois aspetos, no momento de delinear uma estratégia digital: rapidez e reconhecimento da importância dos dados na nova economia. “Rapidez porque quanto maior a agilidade necessária para interagir com os clientes através de dispositivos móveis, mais rápida tem de ser a aplicação móvel”, indicou. Assim, “os decisores têm de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para tornar esta infraestrutura numa infraestrutura real time”, que os ajude a criar experiências móveis “contextualmente relevantes e personalizadas”. A única forma de as empresas o conseguirem, alertou, “passa por terem sistemas rápidos, que reconheçam quem é o utilizador e lhes permitam mudar a aplicação móvel sem demoras sempre que necessário”. Por outro lado, o movimento dos dados “tem de ocorrer em milésimos de segundo”, de modo a que a informação esteja acessível “ao mesmo ritmo a que o negócio acontece”.

 

Inteligência artificial, o próximo passo

É cada vez mais necessário que nós, humanos, ampliemos digitalmente as nossas capacidades para lidar com volumes crescentes de dados. A resposta está na inteligência artificial (artificial intelligence, AI), sob a forma de robôs de software que automatizam processos. “A inteligência artificial, para processar todos os dados, é uma das maiores apostas das indústrias”, realçou Kevin Benedict. Isto porque “o próximo passo é a antecipação” - das nossas intenções e ações. Se em 2016 só 18% dos líderes digitais reportam automação inteligente de processos com recurso a robôs de software como uma tecnologia com muito impacto para o negócio, em 2020 deverão ser 41%. Mais: 46% dos executivos preveem que, dentro de quatro anos, a inteligência artificial seja a tecnologia com mais impacto nas suas atividades. “A tecnologia tradicional de bases de dados está a desaparecer muito depressa, porque os robôs de software que recorrem à AI e que interagem connosco são o futuro”, confidenciou-nos. “A Amazon anunciou recentemente que irá evoluir a sua aplicação móvel através da integração de recursos de AI”, exemplificou, dizendo que esta evolução significa passar do patamar em que nós, seres humanos, damos as instruções para um em que a app antecipa os nossos pedidos.

 

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IT INSIGHT Nº 48 Março 2024

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