Durante a Web Summit 2025, o Secretário de Estado da Economia destacou a importância da inteligência artificial para o aumento da produtividade e competitividade das empresas portuguesas. O governante vê a IA como uma ferramenta de democratização tecnológica que deve atravessar todos os setores económicos e como fundamental para as PME
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Entre inovação e responsabilidade educativa, a sessão “Human vs Machine: Who owns the classroom of tomorrow”, no primeiro dia de programação da Web Summit 2025, mostrou que os desafios da tecnologia na educação se refletem em todos os setores da economia. João Rui Ferreira, Secretário de Estado da Economia, sublinhou como estas transformações impactam o futuro económico de Portugal, enquanto Joleen Liang, cofundadora da Squirrel AI, destacou o papel da Inteligência Artificial (IA) na personalização do ensino. “O que estamos a discutir hoje não acontece apenas dentro das salas”, afirmou o governante, acrescentando que “a transformação que estamos a viver é crucial e, da perspetiva do Governo, não estamos apenas a olhar para o presente, mas a preparar o futuro”. Numa altura em que as empresas portuguesas começam a internacionalizar-se, e em que o aumento da produtividade e da competitividade é essencial, “entendemos que o Governo fez com que a IA estivesse também no topo das nossas prioridades”. A IA, de acordo com João Rui Ferreira, deve libertar tempo e aumentar a eficiência da inteligência humana, de modo a sermos mais eficazes e percebermos “como podemos usar a IA para nos potenciarmos”. Segundo o responsável, “a IA vai ajudar-nos a fazer as operações de baixo valor para nos focarmos no que é realmente produtivo”. Segundo o Secretário de Estado, a democratização da IA será essencial porque “será para todos”, o que vai beneficiar as PME portuguesas, que representam 99% do tecido empresarial nacional. Na sala de aula do futuroA educação é um dos setores com maior crescimento, e Joleen Liang abordou o papel da IA no ensino, salientando que “nas salas de aula há cada vez mais ambientes que estão envolvidos com tecnologia e IA”. Para a responsável, os professores “podem utilizar a inteligência artificial também para criar os seus próprios conteúdos, que podem ser altamente personalizados”. Numa altura em que o papel destes profissionais se está a redefinir, “em vez de ensinarem os conhecimentos do passado, atualmente os professores devem saber analisar dados”. Neste sentido, o futuro passa por professores que “interajam com os alunos e comuniquem também a nível emocional”. Sobre ética e privacidade, Joleen Liang defendeu que “temos de manter os dados privados em áreas seguras, para que não sejam partilhados”, distinguindo entre “informação pessoal e privada” e “dados sobre comportamentos de aprendizagem”, necessários para treinar sistemas adaptativos. A cofundadora da Squirrel AI abordou ainda a expansão global da tecnologia, sublinhando a importância da adaptação cultural e linguística, uma vez que “os conteúdos precisam de ser localizados, mas também de ser internacionalizados. Assim, usando a IA e o sistema LAM, os conteúdos podem ser localizados, e isso é muito importante”. O desafio na era da IAJoão Rui Ferreira dirigiu-se à próxima geração, e recomendou que “o que precisamos, realmente, é – sempre que temos um desafio pela frente – entender o problema. A melhor maneira de usar a IA é fazer as perguntas certas”. O governante defendeu que é essencial formar e educar as pessoas para que sejam capazes de resolver os problemas do dia-a-dia, sublinhando a importância de “pensar, investigar e compreender”. Além disso, reforçou que é preciso ensinar a procurar a informação certa e a não confiar numa única fonte. “Devemos ser capazes de encontrar diferentes perspetivas, e é essa complexidade de pensamento que nos vai pôr no caminho certo”, concluiu. |