A IA já não é apenas uma ferramenta de produtividade, mas um verdadeiro parceiro na descoberta, capaz de decifrar a “linguagem” da natureza, da genética aos novos materiais
A Inteligência Artificial (IA) está a transformar profundamente o modo como se faz ciência. De acordo com a Microsoft, a IA já não é apenas uma ferramenta de produtividade ou criatividade: tornou-se num verdadeiro acelerador de descobertas científicas, com impacto real em áreas como a saúde, energia, ambiente, ciência dos materiais e computação quântica. Peter Lee, Ph.D. e responsável pela Microsoft Research, sublinha que “a descoberta científica é uma das aplicações mais importantes da IA”, destacando a IA generativa está a demonstrar uma capacidade única de compreender não só a linguagem humana, mas também os “alfabetos” da natureza, como é o caso de moléculas, proteínas, genomas ou cristais. Durante a primeira metade de 2025, a Microsoft lançou diversas ferramentas e colaborações científicas baseadas em inteligência artificial, demonstrando avanços concretos em cinco domínios estratégicos. Na área da saúde, tecnologias como o PadChest-GR e o Microsoft AI Diagnostic Orchestrator estão a permitir diagnósticos mais rápidos e precisos através da análise de grandes volumes de dados clínicos. Projetos como o GigaPath estão a escalar a análise de lâminas de patologia, enquanto iniciativas no Quénia utilizam IA para antecipar riscos de desnutrição infantil. Na investigação científica, a plataforma Microsoft Discovery acelera o ciclo de inovação ao automatizar tarefas como a formulação de hipóteses e simulações, tendo já permitido desenvolver um novo sistema de arrefecimento líquido para centros de dados em apenas uma semana. Ferramentas como o MatterGen e o BioEmu-1 estão igualmente a abrir caminho à descoberta de novos materiais e ao estudo aprofundado de estruturas biológicas. No domínio ambiental, a IA está a ser aplicada para prever com maior precisão fenómenos naturais através do modelo Aurora, e a apoiar projetos sustentáveis como a criação de cimento com algas marinhas ou a proteção de girafas através de imagens captadas por drones. A computação quântica também está a beneficiar da fusão com a IA: os novos códigos geométricos 4D da Microsoft aumentam a fiabilidade dos sistemas quânticos, enquanto colaborações com empresas como a Atom Computing e inovações como o chip Majorana 1 prometem qubits mais estáveis e escaláveis. Por fim, no setor da energia, a IA está a otimizar o desempenho de baterias elétricas em parceria com a Nissan, a apoiar o desenvolvimento da fusão nuclear e até a identificar materiais alternativos ao lítio, com potencial para reduzir em 70% a sua utilização no armazenamento de energia. Com estas iniciativas, a Microsoft reforça o seu compromisso com a democratização da IA, oferecendo ferramentas que não só potenciam a investigação, como também permitem avanços reais com impacto global. Como afirma a empresa, o objetivo é claro: capacitar cientistas e investigadores com IA poderosa, prática e fiável para resolver os grandes desafios do nosso tempo. |