Conselhos de administração incorporam digital nas estratégias de crescimento do negócio

Segundo um novo inquérito da Gartner, 89% dos membros do conselho de administração afirmam que o digital está incorporado em todas as estratégias de crescimento do negócio

Conselhos de administração incorporam digital nas estratégias de crescimento do negócio

89% dos membros de conselhos de administração afirmam que o digital está, agora, incorporado em todas as estratégias de crescimento do negócio, indica um novo inquérito da Gartner. Contudo, indicam os dados, apenas 35% dos membros referem que alcançaram ou estão no caminho certo para alcançar os seus objetivos de transformação digital.

Os conselhos de administração chegaram a um ponto em que a estratégia de negócio digital e a estratégia global de negócio são uma e a mesma”, explica Jorge Lopez, VP Analyst da Gartner. “Embora os CIO tenham feito progressos significativos aproveitando a tecnologia para potenciar a excelência operacional, isso não é suficiente para perceber os benefícios estratégicos do negócio que os conselhos de administração procuram a partir de investimentos digitais”, acrescenta.

Mais, “à medida que as empresas operam cada vez mais num mundo de constantes disrupções, os conselhos de administração mais direcionados para o futuro estão a considerar como as disrupções e os riscos podem servir de fonte de oportunidade. Os CEO e os CIO terão de adotar esta mentalidade, uma vez que a tecnologia desempenha um papel crescente de expansão na condução do sucesso dos negócios”, conclui o analista.

A Board of Directors Survey da Gartner, que tem por base um inquérito conduzido entre junho e julho, nota que 28% dos 281 membros de conselhos de administração na América do Norte, América Latina, Europa e Ásia Pacífico inquiridos citaram os CEO como o principal líder responsável pela condução de iniciativas empresariais digitais dentro da empresa. O valor surge à frente do CTO e do CIO, citado como o principal líder digital em 19% e 14% dos administradores, respetivamente. 

Historicamente, os conselhos têm olhado para o IT para liderar o negócio digital”, disse Partha Iyengar, VP Analyst da Gartner. “No entanto, tendo em conta os benefícios macro e estratégicos que agora esperam do negócio digital, esperam agora, com razão, responsabilizar diretamente o CEO pelo seu sucesso, à semelhança da responsabilidade que os CEO têm para as receitas ou crescimento das empresas”, completa.

Os conselhos de administração estão à procura de investir em tecnologias “inovadoras” que irão impulsionar o sucesso do negócio digital e das empresas. 40% dos membros consideram a inteligência artificial e as tecnologias de machine learning como imperativas para o sucesso do negócio digital na sua organização, a resposta mais citada. Além disso, citaram a melhoria do software como a segunda maior prioridade entre as tecnologias inovadoras, selecionadas como uma área de investimento por 30% dos inquiridos.

Os conselhos estão a tentar modernizar e melhorar a base, como o planeamento de recursos empresariais e as ferramentas de gestão de relacionamento com o cliente”, refere Jorge Lopez. “Na prática, são muitas vezes complexos e rígidos, quando as empresas precisam de agilidade e mudança”.

Por outro lado, os responsáveis reconhecem que o risco é uma componente chave da aceleração digital. O inquérito apurou que 64% planeiam aumentar o “risk apetite” até 2024, subindo 7% face aos resultados do inquérito do ano anterior. “Os conselhos reconhecem que a tomada de decisão num ambiente de negócios turbulento requer um maior nível de risco", reitera Jorge Lopez. Assim, “esta capacidade de assumir riscos é fundamental para competir à velocidade da inovação”.

Muitos conselhos de administração estão, também, a expandir a sua visão para o sucesso do negócio digital para se concentrarem numa “arquitetura económica digital”, com 71% dos inquiridos a relatar que estão a prosseguir ou a planear prosseguir com essa estrutura económica ainda em 2022. 

Segundo a Gartner, uma arquitetura económica digital é a abordagem que as empresas não digitais podem usar para obter benefícios económicos semelhantes – incluindo crescimento, rentabilidade, capitalização de mercado e valor de marca – como os gigantes digitais conseguiram através dos seus modelos de negócio nascidos no digital.

A evolução do foco tradicional nos retornos trimestrais para um foco de longo prazo requer uma mudança significativa de mentalidade”, acrescentou Partha Iyengar. “Os conselhos devem reconhecer e alavancar novas fontes de produção e valor, o que requer uma maior capacidade de aceitar, e até abraçar, o risco”, conclui.

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