Prática de People Analytics em Portugal tem pouca maturidade

De acordo com um novo estudo da NTT Data, em colaboração com a Microsoft, indica que apesar de 76% dos inquiridos já trabalharem com dados, apenas 36% revela tem uma área dedicada a People Analytics, com 44% a reconhecer não ter profissionais dedicados ao tema

Prática de People Analytics em Portugal tem pouca maturidade

A prática de People Analytics ainda se encontra ainda numa fase embrionária em Portugal, pelo que as organizações ainda possuem espaço para tirar partido dos dados para melhorar o ambiente profissional, a experiência dos colaboradores, facilitar a tomada de decisões fundamentadas e obter ganhos de eficiência. As conclusões são do estudo “The Power of Analytics in HR” da NTT Data, realizado em parceria com a Microsoft.

Com dados de janeiro a fevereiro de 2023 de 70 inquéritos, o relatório diz que apesar de 76% dos inquiridos confirmarem que já trabalham com dados, apenas 36% revela ter já uma área dedicada a People Analytics, sendo que 44% reconhece não ter profissionais dedicados ao tema. 

Estes resultados explicam porque apenas 4% das organizações participantes consideram ter um nível alto de maturidade na prática de People Analytics e que 24% das organizações tenha optado por não selecionar nenhum dos níveis apresentados no estudo – alto, médio ou baixo –, algo que poderá indicar a ausência de processos definidos e/ou a inexistência de análises, sejam descritivas, diagnósticas ou preditivas.

Este estudo demonstra que a prática de People Analytics é um verdadeiro ‘game-changer’ para as organizações. É para nós claro que existem, atualmente, formas e modelos, que permitem desmistificar um conjunto de opiniões, sejam quantitativas ou subjetivas, com dados objetivos”, afirma Miguel Paneiro, Diretor de Business Consulting da NTT Data Portugal. 

Esta é uma das principais conclusões que gostaríamos de passar, além de que, através destes dados, que permitem transformar números em ações tangíveis, esta prática beneficia não só os departamentos de recursos humanos, como também os líderes e colaboradores, apoiando na criação dos alicerces para estabelecer uma cultura organizacional orientada a dados”, completa.

Apesar dos dados revelarem a pouca maturidade da prática em Portugal, a grande maioria das organizações inquiridas revela ter consciência da importância da utilização de dados e analítica na gestão de pessoas. 68% dos inquiridos do estudo, na sua maioria responsáveis por áreas de RH, considera que People Analytics é um importante apoio para as respetivas áreas, o que poderá significar que será uma aposta de futuro.

O relatório da NTT Data apresenta, ainda, um guia para as organizações conseguirem tirar partido dos dados e da analítica na gestão de pessoas, constituído por três etapas:

  • Perceção da mais-valia, pelo que o primeiro passo passa por entender de forma clara os motivos, benefícios e potenciais impactos. Para as organizações inquiridas, o motivo mais relevante para a adoção da prática é a capacitação dos líderes, com informação sobre as suas áreas e equipas (47%), seguido do suporte à tomada de decisões e investimentos, o que facilita o planeamento e a gestão de prioridades dos departamentos de RH (37%). A NTT Data destaca também as capacidades de caracterização da força de trabalho e de planeamento estratégico que a prática de People Analytics oferece, assim como para otimização de processos de RH, apontada por 60% das organizações como o principal benefício da prática - algo limitativo face ao potencial impacto da atividade.
  • Conhecimento e ferramentas, com o intuito de garantir que estão reunidas as competências e as bases tecnológicas necessárias para se potenciar a análise de dados e a recolha de insights. Vale a pena destacar que 20% dos inquiridos do estudo confirmaram suportar-se ainda do Excel para realizar atividades de correlação de dados. Por sua vez, 32% dos inquiridos apontam como desafios da implementação de People Analytics a existência de fontes de dados de integração difícil, sendo que 24% relatam a existência de informação duplicada ou de fraca qualidade. As conclusões podem justificar o facto de 52% dos inquiridos considerar que não tem um nível adequado de competências para a prática ou opte por não responder.
  • Disseminação da proposta de valor, a terceira e última etapa segundo a NTT Data, que passa por assegurar que os benefícios da prática são compreendidos por toda a organização, de forma que os colaboradores sejam agentes da mudança. O estudo demonstra que apenas 8% das organizações disponibilizam acesso pleno dos dados aos líderes, para análise e elaboração autónoma dos planos de ação. Por outro lado, 52% reconhece disponibilizar apenas parte da informação, o que revela que a prática ainda poderá estar longe de estar disseminada pelas organizações e que há ainda um caminho a percorrer para se estabelecer uma cultura de dados nas instituições, conclui o estudo.
Tags

NOTÍCIAS RELACIONADAS

REVISTA DIGITAL

IT INSIGHT Nº 48 Março 2024

IT INSIGHT Nº 48 Março 2024

NEWSLETTER

Receba todas as novidades na sua caixa de correio!

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.