Câmara do Porto e ESRI transformam reabilitação urbana com SIG móvel

Ao abandonar os métodos tradicionais em desktop para adotar uma plataforma SIG móvel da ESRI, a Câmara Municipal do Porto revolucionou os seus processos de levantamento para a Reabilitação Urbana. Através desta solução, que centraliza dados em tempo real, também é possível promover a colaboração entre equipas

Câmara do Porto e ESRI transformam reabilitação urbana com SIG móvel

A aposta estratégica do Município do Porto na reabilitação urbana esbarrava num obstáculo processual e tecnológico no seu projeto-chave da Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Lordelo do Ouro. A necessidade de realizar um levantamento de campo exaustivo – através da caracterização do edificado, do espaço público e da mobilidade – era minada pelo método de trabalho tradicional, que, assente em ferramentas de desktop, se revelava lento, propenso a erros e impedia a colaboração ágil entre equipas.

O desafio era claro: romper com o modelo de trabalho estático e acompanhar a rápida transição para um ambiente dinâmico, web e móvel. A Divisão Municipal de Planeamento e Ordenamento do Território (DMPOT) necessitava de uma forma mais eficaz de recolher e analisar informação e, por isso, lançou o desafio ao Núcleo SIG da Direção Municipal de Sistemas de Informação (DMSI), que atuou como o Parceiro tecnológico interno para desenhar e implementar uma nova metodologia.

Uma solução centralizada para um problema complexo

Para responder ao desafio, a equipa da DMSI implementou uma solução tecnológica integrada para tirar partido da plataforma ArcGIS da ESRI. A arquitetura da solução foi desenhada para criar um ecossistema digital coeso, onde a informação flui de forma transparente desde o terreno até aos gabinetes de análise, livres de silos e processos manuais de conversão de dados.

O núcleo da solução assentou no ArcGIS Enterprise Portal, que serviu como ponto central para a gestão de todos os dados geográficos. No terreno, as equipas receberam dispositivos móveis com a aplicação ArcGIS Field Maps. Esta ferramenta permitiu a georreferenciação e o registo de informação de forma estruturada, através de formulários pré-configurados, o que permitiu associar fotografias a cada elemento registado.

Para a monitorização e controlo dos trabalhos, foram criados dashboards com ArcGIS Dashboards, que permitiam às equipas no backoffice acompanhar o progresso em tempo real, validar a qualidade dos dados instantaneamente e identificar eventuais incoerências. A informação foi posteriormente sistematizada e apresentada internamente através de um site criado com ArcGIS Story Maps, de modo a facilitar a consulta e utilização para apoiar a decisão.

Eficiência, colaboração e dados de qualidade

Os resultados da implementação foram imediatos e superaram as expectativas, sendo que a principal mais-valia foi a capacidade de visualizar o trabalho de campo em tempo real. “Como o trabalho foi feito online, quem estava no escritório conseguia ver na hora o que estava a ser produzido. Para além disso, foi útil pois houve correções a ser feitas no imediato, evitaram-se erros no levantamento em si e todo o planeamento foi mais fácil de fazer”, afirma Cátia Lopes, Técnica Superior na Câmara Municipal do Porto.

A centralização da informação eliminou os erros de importação e simplificou drasticamente a validação. A colaboração entre as equipas de campo e de backoffice tornou-se mais estreita, o que acabou por aumentar a eficiência e a produtividade, uma vez que se tornou desnecessário regressar ao terreno para corrigir ou complementar informação.

Além dos ganhos operacionais, o projeto teve um impacto cultural significativo. Segundo Pedro David Pereira, Técnico Superior Engenheiro Geógrafo da Câmara Municipal do Porto, a iniciativa serviu para aproximar técnicos de diferentes áreas da tecnologia, já que “houve uma aprendizagem de todos, não só no uso da ferramenta em si, mas também na disponibilização da mesma”. O especialista destacou os principais avanços alcançados e afirmou que “tornámos o SIG acessível a todos e desmistificámos o seu uso, o que foi muito positivo. Conseguimos incluir toda a equipa e o trabalho de cada um foi valorizado. Isto acabou por ser um trabalho colaborativo, onde a grande novidade foi a transposição para a Web, ou seja, a utilização de ferramentas de mobilidade que permitem e facilitam fazer o levantamento e atualização da informação no terreno”, conclui.

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IT INSIGHT Nº 57 Setembro 2025

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