2024: os robots entre nós

Editorial

2024: os robots entre nós

A Tesla apresentou, no passado mês de dezembro, uma nova versão do seu robot humanoide Optimus Gen 2 que é impressionante, até algo assustadora, pelas capacidades de motricidade fina – nomeadamente de pegar num ovo e mudá-lo de lugar – para além de toda a fluidez de movimento que apresenta já e que muito o aproximam da gestualidade humana, se excetuarmos o modo de andar

A empresa chinesa Kepler apresentou o seu próprio robot, muito semelhante ao Optimus. Há poucos meses, a Amazon mostrou o seu robot Digit, capaz de se movimentar num armazém transportando cargas pesadas. A Disney Research mostrou também recentemente um robot com semelhanças com o WALL-E do filme da Pixar e, como este, integrando a expressividade de uma animação em todos os seus divertidos movimentos.

Se o aparecimento, há pouco mais de um ano, do ChatGPT, nos tomou de surpresa, já não haverá necessidade de nos surpreendermos assim se 2024 vier a revelar um avanço “impossível” em robótica. Os sinais estão à vista e não apenas no que é visível, mas também do que a investigação nos vai mostrando sobre a integração de modelos de linguagem natural com robots, como um protótipo anunciado pelo MIT, com apoio da Amazon, que mostra como é possível treinar um robot para escolher num armazém objetos que nunca tenha “visto”, combinando reconhecimento de imagens com instruções semânticas verbais.

A escala de difusão a curto prazo, decerto não se comparará com a do ChatGPT, mas os impactos sociais serão mais rápidos e transformadores. É inegável que a Tesla está a entrar com tal determinação na robótica para automatizar ainda mais as suas linhas de produção. Os restantes fabricantes, já sob pressão de custos, não têm outra forma de concorrer senão enveredar pelo mesmo caminho. Mas atrás da produção automóvel, outras virão – e sim, se os modelos de linguagem natural irão impactar já de imediato múltiplas áreas, a robótica não ficará atrás. Pode não acontecer em 2024, mas se em 2023 a natureza do trabalho intelectual mudou irreversivelmente, e daqui a mais um ou dois anos, será a vez dos trabalhos de cariz industrial. Depois, bem, depois... ninguém consegue prever o que restará.

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