IA emerge como fator estratégico num clima de confiança económica moderada

Relatório da Gartner revela que 75% dos líderes estão a baixar as expectativas de receita, colocando os diretores financeiros no centro da estratégia para navegar a incerteza

IA emerge como fator estratégico num clima de confiança económica moderada

O otimismo dos líderes executivos em relação ao crescimento económico e ao desempenho das suas empresas permanece contido, com o índice Executive Confidence Barometer da Gartner a fixar-se nos 49,8 pontos (num máximo de cem) no segundo trimestre de 2025. A incerteza económica está a levar os decisores a repensar estratégias de investimento, sendo a Inteligência Artificial (IA) cada vez mais vista como um fator-chave de diferenciação e resiliência.

Segundo o estudo, que auscultou 253 executivos, maioritariamente da Europa (94) e da América do Norte (146), a confiança dos líderes europeus é visivelmente inferior à dos seus pares norte-americanos, com leituras de 43 e 53,8 pontos, respetivamente. A desaceleração da procura, os custos elevados de produção e o difícil acesso ao capital são os principais obstáculos ao crescimento.

Aproximadamente três quartos dos executivos estão a recalibrar em baixa as suas projeções de crescimento de receitas para 2025”, refere Randeep Rathindran, Vice-Presidente de Investigação da Finance Practice da Gartner. “Estas pressões não são novas, mas estão a intensificar-se num contexto de elevada volatilidade e exigem uma resposta estratégica”.

A inteligência artificial ganha aqui destaque como uma das áreas que mais atrai a atenção dos CFO e outros líderes executivos. Em vez de medidas reativas como cortes orçamentais pontuais, a Gartner recomenda uma reorientação dos investimentos para capacidades com elevado impacto, como plataformas de IA que melhorem a eficiência operacional, personalização de serviços, automação de processos e previsão financeira mais precisa.

Num contexto VUCA (volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade), os CFO são desafiados a assumir um papel mais estratégico. Isto passa por fomentar uma cultura de eficiência contínua, introduzir orçamentos multimodelo com IA preditiva, premiar o reinvestimento inteligente e integrar a modelação financeira baseada em IA nos processos de planeamento de cenários.

Adicionalmente, o relatório destaca a importância de preparar as organizações para mudanças súbitas. A aplicação de soluções baseadas em IA para monitorizar dados em tempo real e antecipar variações no comportamento do consumidor ou alterações regulatórias torna-se uma vantagem competitiva determinante num ambiente de baixa previsibilidade.

Com 59% dos executivos a apontarem a quebra na procura de clientes como um dos três principais riscos externos, e 50% a referirem a escassez de oportunidades de crescimento orgânico, a inovação orientada por IA surge como uma via promissora para reforçar a posição de mercado e assegurar crescimento sustentável.

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