A escalada das taxas alfandegárias e a desaceleração dos gastos dos consumidores são as maiores preocupações dos gestores, revela um relatório da Gartner que também destaca os riscos da IA
A escalada da guerra de taxas alfandegárias e comerciais passou a ocupar o primeiro lugar na lista de riscos emergentes para as empresas no segundo trimestre de 2024. A conclusão consta do Quarterly Emerging Risk Report da Gartner, que capta as opiniões de mais de 200 líderes de gestão de riscos, auditores e executivos seniores. O relatório revela também uma crescente preocupação com um ambiente económico de baixo crescimento e com a desaceleração dos gastos dos consumidores, o que contribui para a inquietação geral com a economia global. “Os cinco principais riscos emergentes apontam para dois temas amplos: um ambiente volátil de baixo crescimento e uma nova tecnologia disruptiva, a Inteligência Artificial (IA), que representa riscos significativos de conformidade”, refere Gamika Takkar, Diretora de Investigação da Risk & Audit Practice da Gartner. “Os líderes de risco precisam de garantir que as organizações estão preparadas para possíveis perturbações nas cadeias de abastecimento e aumentos nos custos de fazer negócio. Estes impactos têm o potencial de ser ainda mais disruptivos num momento de abrandamento do crescimento económico global”, acrescenta. Os riscos relacionados com a governação da informação na IA subiram na lista de preocupações, passando da quinta para a quarta posição no segundo trimestre. O chamado shadow AI, a utilização de ferramentas de IA não sancionadas pelos funcionários, entrou também para o top 5, à medida que a popularidade e a facilidade de acesso a estas ferramentas aumentam, e as organizações enfrentam dificuldades para monitorizar a sua utilização de forma eficaz. Num contexto em que a otimização de custos se torna uma prioridade, o relatório alerta que estratégias de redução de custos precipitadas ou mal planeadas podem comprometer o desempenho, aumentar a exposição ao risco e enfraquecer os controlos internos. A Gartner recomenda que os líderes de risco adotem abordagens qualitativas para avaliar os efeitos das medidas de corte nos objetivos estratégicos e no crescimento a longo prazo. Isto implica analisar o impacto de eventuais atrasos em iniciativas transformadoras, manter o foco em projetos essenciais e desenvolver métricas que permitam ajustar as ações conforme necessário. Ao integrar a gestão de risco no processo de decisão, defende a consultora, as organizações estarão mais bem preparadas para enfrentar os desafios económicos, preservando o seu valor estratégico. |