Portugal ocupa 37.º lugar no Ranking Mundial IMD e mantém-se mais competitivo do que Espanha

Apesar dos desafios empresariais e económicos, Portugal ocupa a 37.ª posição, com destaque para as infraestruturas e a eficiência governativa

Portugal ocupa 37.º lugar no Ranking Mundial IMD e mantém-se mais competitivo do que Espanha

Apesar dos desafios empresariais e económicos, Portugal continua a superar países como Espanha (39.º) ou Itália (43.º) ao ocupar o 37.º lugar no “Ranking de Competitividade Mundial do IMD 2025”.

Os resultados, divulgados em Portugal em parceria exclusiva com a Porto Business School, revelam que o país se destaca pelas suas infraestruturas e eficiência governativa, ainda que tenha descido uma posição no ranking do IMD.

Ainda assim, destaca-se a subida de Portugal para a 25.ª posição em termos de “infraestruturas”, alcançando o seu melhor desempenho entre os quatro fatores analisados. Para tal, contribuiu a manutenção dos bons resultados na educação (21.º), beneficiando da otimização nas infraestruturas básicas (16.º vs 33.º em 2024) e científicas (26.º). Portugal destaca-se, ainda, pelo crescimento populacional e pela taxa de escolarização no ensino secundário (ambos 2.º lugar). Entre as fraquezas surgem o desperdício alimentar (61.º) e o rácio de dependência (56.º).

O país sobre seis posições (35.º) no que diz respeito à “eficiência governativa”, com progressos nas finanças públicas (36.º vs 37.º), na política fiscal (56.º vs 58.º), no quadro institucional (30.º vs 42.º) e na legislação empresarial (24.º vs 25.º), enquanto o quadro social mantém-se estável no 25.º lugar.

O país destaca-se pela confiança dos investidores estrangeiros e por ter um governo livremente eleito (ambos 1.º lugar do ranking). Como fragilidades, persistem a carga elevada de impostos reais sobre as pessoas (66.º) e o sistema de justiça (59.º).

No que se refere à “eficiência empresarial”, Portugal desceu da 39.ª para a 42.ª posição, com um desempenho misto. A produtividade e eficiência caíram ligeiramente (47.º vs 45.º lugar em 2024), as finanças recuaram um lugar (45.º) e o mercado de trabalho melhorou duas posições (43.º). As práticas de gestão mantiveram-se estáveis (46.º) e as atitudes e valores desceram (28.º).

Destacam-se positivamente a cultura nacional (3.º), a participação feminina na força de trabalho (8.º), além da flexibilidade e adaptabilidade (11.º). Entre as fragilidades estão o fraco desempenho dos mercados bolsistas (62.º), a insuficiente formação de trabalhadores nas empresas (61.º) e a elevada fuga de talentos (61.º). 

Sobre o “desempenho económico”, Portugal regista uma queda para a 42.ª posição (39.º em 2024), refletindo desafios internos. A economia doméstica desceu do 44.º para o 54.º lugar, enquanto o comércio internacional subiu do 25.º para o 22.º lugar. O investimento internacional recuou ligeiramente (33.º vs 29.º em 2024), o emprego manteve-se estável (39.º) e os preços desvalorizaram dois lugares na tabela (36.º). Destacam-se positivamente a concentração das exportações (3.º) e as receitas do turismo (7.º), enquanto persistem fragilidades no PIB real per capita (62.º) e no desemprego jovem (58.º). 

Os principais fatores que tornam Portugal atrativo para o investimento e atividade económica são a disponibilidade de mão-de-obra qualificada (80%), a fiabilidade das infraestruturas (70,7%), os custos competitivos (64%) e o elevado nível educacional da população (49,3%). A política fiscal é o fator menos atrativo (2,7%). 

O relatório destaca cinco desafios estratégicos para os próximos anos, entre eles a necessidade de diversificar a economia, reduzindo a dependência do turismo e a exposição a choques externos; reforçar a educação e a qualificação em áreas críticas como gestão, tecnologias digitais e transição verde. A reforma dos serviços públicos - particularmente na saúde, justiça e educação -, poderia contribuir para melhorar a eficácia e sustentabilidade; seria também fundamental inverter a tendência demográfica através de políticas de natalidade e de uma imigração integradora. A revisão das leis de falência e a reestruturação empresarial fortaleceria a competitividade do tecido empresarial português.

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