Empresas portuguesas abaixo da média europeia na aplicação de inteligência artificial

Desenvolvido pela EY em nome da Microsoft, o estudo “Inteligência Artificial na Europa” demonstra que perto de metade das empresas, em Portugal, não iniciaram ainda qualquer piloto de inteligência artificial (IA). A maioria, no entanto, já está a planear fazê-lo

Empresas portuguesas abaixo da média europeia na aplicação de inteligência artificial

O estudo “Inteligência Artificial na Europa”, desenvolvido pela EY em nome da Microsoft, revela que as empresas portuguesas estão abaixo da média europeia no que diz respeito à aplicação de IA na sua atividade. O estudo inquiriu gestores e especialistas em TI, de mais de 277 empresas europeias, 22 das quais portuguesas.

Esta conclusão resulta do facto de 45% das empresas nacionais não terem ainda iniciado qualquer piloto de IA, por comparação à média europeia, de 29%. Apesar disso, 82% das empresas nacionais revelam ter programada a entrada em fase piloto ou o lançamento de iniciativas de IA. Ou seja, a introdução desta tecnologia no tecido empresarial português está a crescer, apesar de ainda haver muito por fazer em direção a uma maturidade na utilização destas aplicações.
 
A maiora das organizações (68%) também revelaram que a introdução de IA é um assunto relevante para as respetivas administrações. No entanto, os colaboradores não executivos portugueses não partilham da mesma opinião, o que constitui um dos mais baixos indicadores da Europa. A demonstrá-lo está o facto de 50% das empresas portuguesas dizer que a IA é gerida numa lógica “Top-Down”, enquanto a média europeia é de 35%.
 
Ainda assim, 64% das empresas nacionais reconhecem que a IA vai ter um impacto significativo nas respetivas indústrias, nomeadamente, através do surgimento de novas empresas e startups, bem como de novos produtos, serviços e modelos de negócio. Um valor acima da média europeia, que se situa nos 37%, e que tem motivado um crescente investimento das empresas nesta área.
 
O estudo evidencia o top 3 de riscos identificados para o negócio: obrigações regulamentares surgem em primeiro lugar, com mais de 50% das empresas nacionais a considerarem que são necessárias guidelines claras e regulamentos quando se implementam soluções de IA. O impacto no pessoal e o overload de informação e de dados foram ainda destacados como desafios para a implementação.
 
Destaque ainda para o facto das empresas portuguesas elegerem a aprendizagem mecânica e os robôs inteligentes como as tecnologias de inteligência artificial mais relevantes, apesar das soluções que mais utilizam sejam as de previsão e automação.
 
Paula Panarra, general manager da Microsoft Portugal, afirma que “a inteligência artificial está aqui para ficar e é foco para a Microsoft há já vários anos". O ritmo a que evolui agora, no entanto, não tem precedentes. O impacto que a inteligência artificial pode ter no planeta – em pessoas e negócios – provam o seu potencial. É inspirador ver a forma como pode ajudar em diagnósticos médicos, na área da saúde, como serve de acelerador de inovação nas organizações e como ajuda a transformar a administração pública ou os serviços a clientes e cidadãos – sendo que as áreas de otimização de operações e relação com os clientes são já das mais avançadas. É interessante perceber, com este estudo, que as organizações priorizam a compreensão da IA e antecipam um elevado impacto nos negócios. Embora a maioria das organizações esteja ainda na fase de implementação de projetos-piloto, o impacto esperado é muito elevado quer no core do negócio, quer em novos produtos que surjam como resultado da aplicação de soluções de Inteligência Artificial. Este estudo ajuda-nos a sensibilizar as organizações para a necessidade de abraçar esta tecnologia enquanto potenciadora do engenho e da capacidade humana. A Microsoft Portugal está ao lado das organizações nacionais por forma a apoiá-las neste caminho”.
 
Por sua vez, Jorge Nunes, partner da EY Portugal, declara que “encontramo-nos num período de profunda transformação tecnológica e, por isso, temos de encarar esta fase com otimismo, acreditando que a inovação e o desenvolvimento vão tornar as sociedades mais produtivas e capazes de resolverem os seus desafios. O estudo que agora apresentamos não poderia, por isso, ser mais relevante, pois analisa a forma como a IA já está a revolucionar os negócios e as organizações portuguesas, deixando igualmente algumas perspetivas sobre o impacto que poderá ter nas organizações.”
 
Recorde-se que Inteligência Artificial é definida pela capacidade de uma máquina desempenhar ações cognitivas normalmente associadas ao ser humano, tais como o raciocínio lógico, a resolução de problema e o processamento de elevados volumes de dados. Inclui, por isso, soluções de previsão, automação, identificação de tendências, personalização e prescrição.
 

 

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