CIO devem equilibrar as questões ambientais e os riscos da IA

Cabe aos CIO apoiar as estratégias de sustentabilidade das organizações para reduzir a pegada ambiental da IA e usufruir dos benefícios da tecnologia

CIO devem equilibrar as questões ambientais e os riscos da IA

De acordo com a Gartner, é necessário haver um equilíbrio entre os benefícios da Inteligência Artificial (IA) e as implicações ambientais, assim como consequências não intencionais decorrentes do hardware, treino de modelos e consumo de energia. Neste sentido, a Gartner considera que cabe aos CIO utilizar o seu conhecimento e base digital para apoiar os esforços de sustentabilidade das suas organizações com a implementação de iniciativas de IA.

“A investigação de CEO de 2023 da Gartner mostrou que as questões ambientais entraram no ranking das dez principais prioridades pela primeira vez na história da investigação”, destaca Bettina Tratz-Ryan, vice-presidente analista da Gartner. “Ao mesmo tempo, os CIO estão sob pressão crescente dos seus executivos, clientes, funcionários, investidores e reguladores para iniciar ou revigorar a sua tecnologia de informação (TI) para programas de sustentabilidade”.

Tratz-Ryan revela que “74% dos CEO entrevistados disseram que combinar a digitalização, como a adoção de IA, e a sustentabilidade ambiental é uma oportunidade de crescimento”. Desta forma, os CIO deverão encarar isto como “um apelo para serem mais proativos no estabelecimento da sua liderança através da execução de estratégias de transformação da sustentabilidade e utilizar a sustentabilidade como uma plataforma para o crescimento”.

De acordo com a Gartner, a maioria dos CIO considera que cumprir mandatos e requisitos remete para a monitorização dos Key Performance Indicators (KPI) de um negócio, como a pegada de carbono do produto ou a intensidade energética. 

“É uma questão de como o CIO aplica a sua base digital, ou o seu dividendo digital, para acomodar as métricas de digitalização da sua organização, ao mesmo tempo que cumpre os requisitos de sustentabilidade – dois por um”, afirma Tratz-Ryan. “Acima de tudo, mesmo que a empresa ainda não esteja a priorizar a sustentabilidade, o CIO deve preparar a sua base digital para a sustentabilidade”.

Desta forma, a Gartner considera que a necessidade de estar preparado para a sustentabilidade aplica-se à cloud e ao armazenamento, à infraestrutura e às operações, aos threads digitais e à crescente adoção da IA.

Para 78% dos CEO inquiridos, os benefícios da IA superam os riscos. No entanto, um número crescente de organizações que utilizam a IA, incluindo a IA generativa (GenAI), está a conduzir ao crescimento da pegada ambiental da IA.

As previsões da Gartner projetam que, até 2030, a IA poderá consumir até 3,5% da eletricidade mundial. “A IA consome muita eletricidade e água. Este impacto negativo deve ser mitigado”, sublinha Pieter den Hamer, vice-presidente analista da Gartner. “Os executivos devem estar cientes da crescente pegada ambiental da IA e tomar medidas ativas de mitigação. Por exemplo, eles poderiam priorizar data centers (em cloud) alimentados por energia renovável”.

Segundo a Gartner, os provedores de cloud pública podem produzir 70% a 90% menos emissões de GEE do que salas de servidores tradicionais, data centers próprios e instalações de data centers de médio porte.

Não obstante, a IA não é somente uma má notícia para a sustentabilidade ambiental, reforça a Gartner, uma vez que a própria pegada da IA é mais do que eclipsada pelo potencial uso da IA para impulsionar muitas iniciativas de sustentabilidade.

“Isto só pode ser alcançado se os líderes empresariais e de TI iniciarem e promoverem proativamente um portfólio de iniciativas de IA que ajudem a alcançar as metas de sustentabilidade e ambientais, sociais e de governança (ESG) das suas organizações”, alerta den Hamer. “Por exemplo, a IA pode ser utilizada para prever a procura com mais precisão e reduzir a utilização de matérias-primas e energia na produção”.

“No geral, se utilizada da maneira certa e focada nos casos de uso certos, a IA pode ajudar as empresas a mitigar o risco de sustentabilidade, otimizar custos e impulsionar o crescimento”, conclui.

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