Durante o evento Ignite, que se realizou em setembro, a Microsoft anunciou um licenciamento exclusivo do modelo GPT-3 da OpenAI, empresa fundada sob os auspícios de Elon Musk.
O ano passado, a Microsoft investiu mil milhões de euros para se tornar o parceiro exclusivo da OpenAI na cloud. Já em maio deste ano, a companhia anunciou um dos supercomputadores mais poderosos do mundo, construído à medida na infraestrutura do Azure, para treinar os modelos de IA da OpenAI. No anúncio agora efetuado, a Microsoft terá acesso à tecnologia para seu próprio uso e para os seus clientes. A OpenAI lançou o GPT-3 há poucos meses, para um grupo limitado de utilizadores, mas as capacidades da plataforma têm vindo a gerar um interesse generalizado. Trata-se do maior modelo linguístico alguma vez treinado, e é capaz não só de tarefas correntes como a auto-geração de correspondência comercial, mas também de tarefas criativas ou técnicas. Em termos de cenários, aqueles que podem ser endereçados são ajuda direta à criatividade humana em áreas como a escrita e composição, descrição e resumo de grandes blocos de dados de forma longa (incluindo código) ou conversão de linguagem natural para outra língua. De facto, o código é tão poderoso que a OpenAI inicialmente se recusou a publicar os seus resultados de investigação sobre o anterior modelo GPT-2 por receio deste poder ser usado abusivamente para escrever notícias falsas. Na busca dos novos paradigmas de processos de negócio sustentados em dados, este é dos mais revolucionários, uma vez que endereça a única faceta humana que sempre se disse que estaria fora do alcance dos computadores: a criatividade. Não nos admiremos que a caixa de Pandora tenha sido aberta e que esta – a que potencia a criatividade - se torne, depressa, uma das áreas mais procuradas dos sistemas de informação atuais. |