Inevitável redefinição

Mas é já fácil ver que muitas empresas – não apenas a Meta – se posicionam para ser as vencedoras nesta nova área – ou seja, todas pretendem convencer os respetivos acionistas de que têm o que é necessário para liderar a suposta nova área de crescimento exponencial de receitas. É evidente que, nesta primeira fase, estamos ainda longe sequer de haver produtos. Mas, precisamente por isso, seria interessante que os intervenientes neste processo se sentassem a uma mesa para definir futuras normas de interoperabilidade. Não é previsível que, digamos, a haver iniciativas de metaverse na Meta estas sejam interoperáveis com as da, mais uma vez digamos, Electronic Arts. Sabemos, por experiências passadas e presentes, que quanto mais tempo passa após a introdução das tecnologias, mais complexa é a definição das regras de interoperabilidade. Urgiria, portanto, que fossem estabelecidas quanto antes. É evidente que isto é um sonho – mas não devia sê-lo, se a história serve de exemplo. A Internet é o que é precisamente porque a interoperabilidade existe como requisito de origem. Já a interoperabilidade entre aplicações de chat, por exemplo, é inexistente – e por isso funcionam como ilhas. Será uma questão a ser resolvida agora, certamente com custos elevadíssimos para todas as partes envolvidas. Dentro de não muito tempo, a batalha pela interoperabilidade no metaverse estará no primeiro pensamento de todos os reguladores e então, provavelmente, o esforço será astronómico. E o mais penoso é tudo poderia ter começado a ser resolvido desde já – e decerto não o será.