A previsão das previsões

Se há domínio da atividade humana onde a capacidade de evolução rápida, conjugada com a complexidade potenciada pelo crescimento exponencial predito por Moore e até agora não contrariado, esse é o das Tecnologias de Informação.

Talvez a recomendação mais sólida que se consiga fazer às empresas e organizações para enfrentarem com sucesso os desafios dos próximos anos é construírem estratégias sustentadas de formação dos seus quadros. Não apenas atividades ad hoc, mas planos continuados, que abranjam todas as áreas funcionais, porque hoje nenhuma pode ficar de fora.

Nenhuma área está isenta de participar na transformação de fundo que está a acompanhar o que se poderiam chamar os processos de negócio assistidos por IA. Seja para limitar a desconfiança que se gera face à introdução de tecnologia que muitos consideram uma ameaça, seja para permitir uma correta avaliação da posição estratégica dos concorrentes que se anteciparam na adoção de tais processos. Sobretudo, numa altura em que a vantagem estratégica não se coloca apenas a nível de empresa, mas a nível do binómio país-empresa.

Concretizando: o avanço da China nas áreas da inteligência artificial poderá dar às empresas chinesas em qualquer setor um avanço estratégico difícil de igualar no ocidente, se não houver uma aposta significativa na formação em áreas avançadas das TIC.

Não se trata já apenas de um avanço baseado em capacidade de produção extensa, baseada numa força de trabalho relativamente barata, mas de uma capacidade de desenvolvimento, baseada na força de trabalho, em breve, mais preparada do mundo. Não há como contornar: sem tal aposta na formação, não há forma de travar o gigantesco tsunami transformacional que se está a formar a oriente.