Governo escolhe Anacom para regular Inteligência Artificial em Portugal

A confirmação foi feita pelo Secretário de Estado para a Digitalização Bernardo Correia, que sublinhou a importância de desenvolver a nível nacional um “ambiente regulatório que celebre a inovação”

Governo escolhe Anacom para regular Inteligência Artificial em Portugal

A Anacom será a autoridade responsável pela supervisão do regulamento europeu sobre Inteligência Artificial (IA) em Portugal.

A confirmação foi feita por Bernardo Correia, Secretário de Estado para a Digitalização, na abertura da conferência anual da Anacom, que decorreu esta sexta-feira, em Lisboa, dedicada ao tema dos desafios da regulação da IA,

“Depois de muitos estudos, muita ponderação, pretendemos nomear a Anacom como a autoridade fiscalizadora do mercado principal e como vogal de contacto para a regulamentação de IA em Portugal, garantindo um ponto preferencial de contactos e coordenador para empresas e cidadãos”, afirmou o Secretário de Estado.

O governante destacou a “larga experiência da Anacom como entidade regulatória de mercado na área tecnológica” e o seu contributo para “um ambiente sólido”.

É necessário “criar um Portugal onde a digitalização e a IA estão perfeitamente integradas em todos os setores do estado e economia, impulsionando inovação”, reiterou o governante, de forma a estimular um “ambiente regulatório que celebre a inovação, mas que, ao mesmo tempo, salvaguarde ética e bem-estar social”.

Bernardo Correia considera que “Portugal não deve temer o uso da IA”, mas sim “outros países que tirem melhor partido da IA do que nós e que, como resultado, se tornem mais competitivos”.

Na sua intervenção, reforçou ainda a ideia da transformação digital como um “pilar” da reforma do Estado e da necessidade de “olhar para o digital não como um fim, mas como uma alavanca transformadora da sociedade”, através de cinco pilares estratégicos definidos pela Secretaria de Estado da Digitalização: o primeiro centrado na reformulação da visão do Estado sobre a tecnologia com, por exemplo, a nomeação do primeiro Chief Tecnology Officer da Administração Pública, que terá como missão articular todos os setores da Administração Pública, garantindo uma “estratégia unificada de transformação digital”; e com a criação da ARTE - Agência para a Reforma Tecnológica do Estado –, que culminará na fusão de um conjunto de entidades da Administração Pública.

O segundo pilar está focado nos serviços públicos digitais, como a adoção generalizada de once only e o reforço da rede de atendimento presencial e o terceiro pilar debruça-se sobre a economia e inovação digital, com o objetivo de colocar Portugal no centro da inovação digital para atrair investimento internacional, com a criação de um “ambiente regulatório que, simultaneamente, dê mais poder ao Estado para fiscalizar e que, ao mesmo tempo, facilite a vida das empresas do setor, promovendo a atratividade do país e o investimento”.

O quarto pilar visa definir a adoção transversal da Inteligência Artificial, que deverá ser “ética, auditável, livre de enviesamentos, apoiando decisões”; e, por último, um quinto pilar, centrado na literacia e competências digitais, para requalificar e reforçar as competências tecnológicas. “Não podemos deixar ninguém para trás”, alertou o governante, que reforçou a ideia de que as revoluções tecnológicas “fazem-se com todos”.

A terminar a sua intervenção, o secretário de Estado apontou para a necessidade de alcançar um ambiente regulatório “que garanta que a tecnologia tem um impacto positivo na nossa comunidade”.

Tags

NOTÍCIAS RELACIONADAS

RECOMENDADO PELOS LEITORES

REVISTA DIGITAL

IT INSIGHT Nº 57 Setembro 2025

IT INSIGHT Nº 57 Setembro 2025

NEWSLETTER

Receba todas as novidades na sua caixa de correio!

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.