Empresas com medidas avançadas de IA responsável registam maiores ganhos em inovação e produtividade

Segundo o estudo “Responsible AI Pulse” da EY, as organizações com políticas éticas de IA registam ganhos expressivos, incluindo aumento de receitas e de produtividade, mas continuam expostas a riscos financeiros elevados

Empresas com medidas avançadas de IA responsável registam maiores ganhos em inovação e produtividade

As empresas que adotam práticas mais avançadas de Inteligência Artificial (IA) responsável estão a destacar-se em inovação, eficiência e resultados financeiros, segundo a o inquérito "Responsible AI Pulse" da EY. O estudo revela uma clara divisão entre organizações que já implementaram medidas robustas de IA responsável e aquelas que permanecem numa fase inicial.

De acordo com os resultados, 81% das empresas com políticas de IA responsável reportaram ganhos significativos em inovação, enquanto 79% observaram melhorias na eficiência e produtividade. Além disso, cerca de metade registou aumentos no crescimento das receitas (54%), poupança de custos (48%) e satisfação dos colaboradores (56%).

A EY sublinha que a adoção de IA responsável segue uma trajetória que começa na definição e comunicação de princípios éticos e evolui para a implementação e governação prática, através de medidas que incorporam esses princípios nas operações diárias. Em média, as empresas já implementaram sete das dez medidas de IA responsável recomendadas, e menos de 2% afirmaram não ter planos de o fazer, o que indica uma forte mobilização para uma IA ética e sustentável.

O estudo destaca ainda que as empresas com monitorização em tempo real dos sistemas de IA têm 34% mais probabilidade de registar crescimento de receitas e 65% mais probabilidade de alcançar uma maior poupança de custos, demonstrando uma correlação direta entre a maturidade da IA responsável e o desempenho empresarial.

Contudo, os riscos permanecem elevados: 99% das organizações reportaram perdas financeiras relacionadas com IA, sendo que 64% sofreram prejuízos superiores a um milhão de dólares, com uma média de 4,4 milhões por empresa. As causas mais comuns incluem não conformidade regulatória (57%), impactos negativos na sustentabilidade (55%) e resultados enviesados (53%), revelando fragilidades nos mecanismos de controlo.

A investigação também evidencia lacunas de conhecimento e governação. Apenas 12% dos executivos de topo e 11% dos diretores de risco foram capazes de identificar corretamente os controlos adequados para mitigar riscos de IA. A proliferação dos chamados “desenvolvedores cidadãos” — colaboradores que criam agentes ou aplicações de IA de forma independente — agrava o desafio: embora dois terços das empresas permitam esta prática, apenas 60% dispõem de políticas formais para garantir conformidade e metade admite ter pouca visibilidade sobre a sua utilização.

A EY conclui que, embora o avanço da IA responsável traga benefícios significativos em desempenho e inovação, as organizações precisam de reforçar estruturas de governação, formação e supervisão para reduzir riscos, garantir conformidade e preparar-se para uma força de trabalho híbrida entre humanos e IA.

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