O livro “O CRM e a Interação Digital na Administração Pública”, da autoria de Cila Correia, que contou com o apoio e participação da Unipartner, foi apresentado oficialmente na Fundação Portuguesa das Comunicações, em Lisboa, no passado dia 16 de novembro
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As boas práticas de atendimento nos serviços prestados ao público pela Câmara Municipal de Viseu que serviram de modelo à tese de mestrado de Cila Correia foram transpostas para o livro “O CRM e a Interação Digital na Administração Pública”, que conta com o prefácio do Dr. Almeida Henriques, presidente deste Município. Numa iniciativa que juntou a Câmara Municipal de Viseu e a Unipartner, o objetivo é contribuir para modernizar o atendimento e o serviço prestado aos munícipes através da implementação de soluções CRM e interação digital, contribuindo para o reforço dos níveis de satisfação, eficiência, inovação e proximidade. O livro reflete os resultados de dois anos de investigação e o estudo de caso integrado numa organização pública, a câmara de municipal de Viseu, servindo como exemplo para a aplicação das novas tendências e das melhores práticas, ao nível da transformação digital.
Cila Correia, autora do livro “O CRM e a Interação Digital na Administração Pública”. A apresentação contou com a participação de Jaime Quesado, presidente da ESPAP, Pedro Silva Dias, presidente da AMA (Agência para a Modernização Administrativa), e de Fernando Reino da Costa, presidente e CEO da Unipartner, além da autora, Cila Correia, que integra desde 2006 a equipa multidisciplinar de TIC da autarquia, desempenhando funções na área da desmaterialização, redesign de processos, CRM e interação digital. A autora frisou que é necessário que os organismos públicos estejam “atentos aos processos e à comunicação, porque os cidadãos são os clientes que no setor privado ditam as tendências”. Cila Correia salientou ainda que “o CRM não é apenas tecnologia, é estratégia organizacional”, reconhecendo que existe “dificuldade na mudança” e “alguma resistência a novos processos tecnológicos”. Observou ainda que “estamos numa era em que a literacia digital do cidadão é fundamental”, sendo por isso necessário “direcionar as tendências às preferências dos cidadãos”.
Pedro Silva Dias, presidente da AMA. O presidente da AMA – Agência para a Modernização Administrativa, Pedro Silva Dias, realçou que “os cidadãos procuram a experiência de utilização digital que têm no serviço privado”, ou seja, conveniência de serviço (a oportunidade para interagir 24 horas por dia) e uma resposta imediata aliada à possibilidade de ter controlo sobre processos. Na visão da AMA, a transformação digital da administração pública passa por cinco vetores: identificação eletrónica, interoperabilidade, dados abertos (para maior transparência), pontos únicos de contacto e usabilidade (tendo em conta a heterogeneidade da literacia digital dos cidadãos). Pedro Silva Dias realçou que o ponto único de contacto é o desafio e que “a usabilidade é a luta contra a complexidade”, o que levou a agência a preparar um selo digital que atesta a boa usabilidade de sites públicos. “A AMA defende uma política de digital by default”. O presidente da agência observou, porém, que na administração pública o digital levanta dois desafios: assegurar proximidade e humanidade e garantir integração de canais físicos e digitais, para ser possível chegar a todos os cidadãos e não deixar ninguém de fora. “Conhecer com quem estamos a lidar é fundamental. No público não se pode escolher o target, como acontece no privado, mas é necessário desenvolver serviços para todos – não se pode ter só o Canal digital”. Fernando Reino da Costa sublinhou que a Unipartner está a “dar suporte” a processos de transformação digital nas autarquias, elencando desafios de inovação para as organizações do público e do privado: satisfazer cada vez mais os clientes; modernizar a componente administrativa; planear transformação e geri-la, tendo em conta recursos cada vez mais escassos; e a dificuldade que as organizações sentem para optar por uma ou outra solução tecnológica, devido ao crescente volume da oferta.
Fernando Reino da Costa, presidente e CEO da Unipartner. O presidente e CEO da Unipartner realçou que “a nova administração pública está a olhar para os serviços de forma mais integrada”. O CRM na administração pública, destacou, é cada vez mais próximo no sentido de ter de satisfazer o cidadão enquanto cliente. “Está a ocorrer uma mudança de paradigma na relação com as pessoas”.
Conhecimento, comunicação e confiançaNuma ronda final, cada um dos oradores foi convidado a dar o seu parecer sobre o que significa, para a transformação digital da administração pública, cada um dos três Cs do marketing: conhecimento, comunicação e confiança. Pedro Silva Dias, da AMA, realçou que, é imperativo as organizações públicas conhecerem com quem estão: “No público não se pode escolher o target, como acontece no privado e é necessário desenvolver serviços que incluam todos”. Para comunicar melhor, Fernando Reino da Costa, da Unipartner, indicou “a usabilidade”, indissociável da capacidade para comunicar melhor. Já a autora, Cila Correia, apontou “a consistência” como a resposta para estabelecer uma relação de confiança.
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