IDC FutureScapes Portugal: decisores veem mobilidade, cloud e analytics como críticas para a competitividade

As conclusões do estudo “IDC FutureScapes: Portugal Top 10 Predictions” revelam que a mobilidade, a cloud e big data/analytics são vistas pelos decisores nacionais como tecnologias críticas para a competividade das organizações.

IDC FutureScapes Portugal: decisores veem mobilidade, cloud e analytics como críticas para a competitividade

A IDC Portugal deu a conhecer as principais tendências para o mercado português de TIC, decorrem do estudo “IDC FutureScapes: Portugal Top 10 Predictions”, para o qual a empresa inquiriu 307 decisores de IT e de negócio das 5 mil maiores organizações nacionais. Durante a apresentação das conclusões, que decorreu esta terça-feira, dia 23, em Lisboa, Gabriel Coimbra, country manager da IDC Portugal, sublinhou que a confiança das empresas aumentou consideravelmente, com 54% dos inquiridos a acreditarem que o seu negócio cresça em 2018.

A IDC Portugal prevê que o mercado das TIC cresça 2,6% em Portugal, em 2018, movendo um total de 7,7 mil milhões de euros. As tecnologias da 3ª Plataforma (cloud, mobilidade, social business e big data) e dos Aceleradores de Inovação (IoT, inteligência artificial, impressão 3D, novas interfaces humanas e digitais, robótica e blockchain)  irão crescer a uma taxa média de 12,4% e representarão cerca de 54% do mercado, enquanto as tecnologias associadas à 2ª Plataforma irão decrescer 6,9% em 2018.  De acordo com a IDC, 3ª Plataforma e Aceleradores de Inovação vão representar 66% do mercado das TIC em Portugal em 2020.

A IDC Portugal apontou ainda o Regulamento Geral de Proteção de Dados como um dos principais dinamizadores dos investimentos em IT em 2018 e 2019, antevendo que mais de metade das 5000 maiores empresas vão estar preparadas para a nova diretiva este ano.

O estudo denota ainda uma tendência importante: a redução de custos deixou de ser a principal prioridade das empresas. Eficiência operacional, serviço ao cliente e compliance são, hoje, e por ordem decrescente de importância, as três grandes preocupações dos decisores. Segundo a IDC Portugal, mais de 50% pretendem investir em tecnologia este ano. A mobilidade surge no topo das tecnologias entendidas pelos decisores como críticas para a competitividade, tendo sido nomeada por 70% dos inquiridos. Segue-se o cloud computing (eleita por mais de 65% dos decisores) e big data e analytics (a escolha de 60%).

Em Portugal, a maioria das organizações encontram-se nos níveis 2 (“Digital Explorer”) e 3 (“Digital Player”) de maturidade no que diz respeito à transformação digital. Gabriel Coimbra realçou que é nos dois últimos níveis — “Digital Transformer” (4) e “Digital Disruptor (5) — que “as organizações começam a ganhar verdadeiramente competitividade”.

A IDC observou ainda que continua a acentuar-se o afastamento entre o nível de transformação digital das organizações portuguesas e o das norte-americanas, tendo mais do que duplicado desde 2015, o que denota a necessidade de repensar a forma como os processos de transformação digital estão a ser conduzidos.

Gabriel Coimbra realçou que estamos a assistir ao “consolidar do primeiro capítulo da terceira plataforma tecnológica” e a entrar no segundo capítulo, que deverá estender-se até 2022, “caraterizado pela consolidação da oferta cloud em megaplataformas, pelo rápido crescimento da IoT e da inteligência artificial, pela disrupção causada pelos negócios de plataforma - dentro e fora da indústria das TIC -, onde os dados constituem o principal ativo numa economia cada vez mais digital e a experiência dos consumidores, independentemente dos setores, é cada vez mais tecnológica, integrada e imersiva”.

Dez tendências globais e o respetivo impacto no mercado nacional:

1.    Digitalização da Economia Global: em 2021, pelo menos 30% da economia nacional será digitalizada, impulsionada pelas novas ofertas digitais, a digitalização das operações e das cadeias de valor, assim como dos canais e respetivos processos de relacionamento com clientes. Em termos globais a IDC prevê que mais de 50% esteja digitalizada em 2021.

2.    Plataformas de Transformação Digital: em 2019, 25% das 100 maiores organizações portuguesas irão desenvolver uma nova estratégia de TI para suportar uma plataforma de Transformação Digital para competir numa economia cada vez mais digital. Em termos globais, esta percentagem será de 60% nas 2000 maiores empresas mundiais.

3.    Cloud Core: em 2021 o investimento e despesa empresarial nacional em serviços Cloud e respetivo hardware necessário para o desenvolvimento de Clouds privadas e públicas irá duplicar e ultrapassar os 400 milhões de euros. Ao nível global este mercado chegará perto dos 500 mil milhões de euros.

4.    Inteligência Artificial (IA): em 2019, 30% das iniciativas de transformação digital irão incorporar algum tipo de serviço de IA, e em 2021 mais de 50% das novas aplicações irão incorporar IA, e mais de 50% dos consumidores irão interagir com algum tipo de bot. Em termos globais mais de 90% dos consumidores irão interagir com bots e mais de 40% das iniciativas de transformação digital envolverão recursos de IA em 2020.

5.    Aplicações Ágeis: em 2021 o desenvolvimento de aplicações na europa irá centrar-se em arquiteturas híper ágeis, mais concretamente 60% do desenvolvimento aplicacional será feito sobre plataformas Cloud (PaaS) com recurso a microserviços e novas funcionalidades Cloud (ex., AWS Lambda e Funções Azure). 70% dos microserviços serão desenvolvidos em tecnologias de containers. A nível global 80% do desenvolvimento aplicacional será feito sobre plataformas Cloud (PaaS).

6.    Interfaces Humanas Digitais: em 2020 mais de 10% dos trabalhadores portugueses irão utilizar soluções de realidade aumentada (25% nas maiores organizações mundiais), e mais de 50% das novas aplicações móveis irão utilizar a voz como interface de comunicação. Mais de 25% das 100 maiores organizações portuguesas irão recorrer a soluções de biometria para personalizar a experiência de colaboradores e clientes – 50% nas maiores organizações mundiais.

7.    Blockchain: em 2021 pelo menos 15% das 100 maiores organizações nacionais irão recorrer à tecnologia de blockchain para criar serviços confiáveis, seguros e escaláveis. No setor financeiro, prevemos que mais de 25% dos bancos utilize tecnologias de blockchain para gerir transações.

8.    Monetização dos Dados: em 2020 mais de 35% das 100 maiores organizações irão desenvolver novos fluxos de receita com base em dados no modelo Data-as-a-Service (DaaS), desde a venda de dados em bruto, até métricas de indústria e serviços de recomendações. Ao nível global prevemos que mais de 90% das 2,000 maiores organizações tenham uma oferta de Data-as-a-Service (DaaS) em 2020.

9.    Ferramentas Low-Code e No-Code: em 2021, em função das novas ferramentas low-code e no-code, mais de mais de 10% das aplicações empresariais e 25% das novas funcionalidades das aplicações não serão desenvolvidas por programadores.

10.    Economia das APIs: em 2021 mais de 35% das 100 maiores organizações portuguesas terão mais de 30% das suas iterações digitais realizadas através de parceiros no ecossistema através de APIs.

 

 

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