Relatório alerta que trabalhadores estão à beira de esgotamento digital

De acordo com uma pesquisa realizada pela Microsoft, os jovens trabalhadores, a nível mundial, dizem estar digitalmente exaustos e 41% pensa em despedir-se – a solução para um maior equilíbrio laboral poderá estar no sistema de trabalho híbrido, mas não só.

Relatório alerta que trabalhadores estão à beira de esgotamento digital
 

No estudo The Next Great Disruption in Hybrid Work – Are we Ready? a Microsoft aponta que 54% da Geração Z, mais especificamente jovens com idades compreendidas entre os 18 e os 25 anos, está descontente com o mercado de trabalho e pensa em apresentar carta de demissão. Todavia, o descontentamento é generalizado e num plano global, 41% da força de trabalho considera despedir-se. Foram ainda realizados dois estudos que sustentam este problema. Um relatório do Reino Unido e da Irlanda indica que 38% dos trabalhadores planeiam deixar os trabalhos nos próximos 6 meses e numa pesquisa dos EUA, concluíram que 42% dos trabalhadores iriam pedir demissão se a empresa não desse a opção de trabalho remoto.

O estudo surge no âmbito da série anual da Microsoft - Work Trend Index - e baseou-se no testemunho de 30 000 trabalhadores espalhados por 31 países para calcular níveis de produtividade e atividade. O relatório conta com informação de aplicações como o Teams, Outlook e Office 365 e destacou sete macrotendências, altamente influenciadas pelo mundo de trabalho pós-pandemia.

Destaca-se a ideia de que o trabalho flexível chegou para ficar; de que os líderes estão desconectados dos trabalhadores e precisam de ser chamados à atenção; de que a alta produtividade mascara uma classe trabalhadora cansada; que a Geração Z está em risco e precisa de ser motivada; que diminuir relações interpessoais põe em causa a inovação; a autenticidade estimula a produtividade e o bem-estar; e o talento está presente em qualquer ambiente de trabalho híbrido. 

No relatório, Satya Nadella, CEO da Microsoft, afirma que “ao longo do último ano, nenhuma outra área passou por uma transformação tão rápida como o mercado de trabalho” e que “vamos precisar de criar um conceito de produtividade muito mais amplo, que inclua a colaboração, formação e bem-estar, que potencie o desenvolvimento da carreira dos trabalhadores (…) e tudo isto precisa ser feito com flexibilidade”. 

O relatório assinala que, embora os trabalhadores valorizem padrões de trabalho flexíveis, os pontos negativos, como a exaustão digital e o pensamento isolado, sobressaem. Os chefes e os trabalhadores estão de acordo que há vários benefícios no trabalho remoto, mas aspetos relacionados com brainstorming e relações interpessoais, que criavam um ambiente de trabalho positivo, perderam força e foram substituídos por constantes chamadas e hangouts virtuais, criando um fenómeno identificado como exaustão digital. 

A exaustão digital é especialmente eminente na camada mais jovem, que se juntou recentemente à força de trabalho. “Descobrimos que para a Geração Z e as pessoas que estão agora a entrar no mundo laboral, este tem sido um período muito disruptivo”, reconhece George Anders, Senior Editor-at-Large do LinkedIn, e acrescenta que “é muito difícil sentirem-se acolhidos quando não há contacto ou interações presenciais, que aconteceriam num ano normal”.

Muitos trabalhadores dizem estar sobrecarregados e com dificuldades de adaptação ao mercado de trabalho durante a pandemia. “Com o trabalho remoto, há menos oportunidades de perguntar aos trabalhadores «Olá, tudo bem?» e depois falar de questões importantes com a conversa. Mas os resultados são claros: as pessoas estão com dificuldades. E nós precisamos de encontrar formas de as ajudar”, conclui Jared Spataro, Corporate Vice President da Microsoft 365.

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