A importância da tecnologia para acelerar o negócio

Aumentar a produtividade, melhorar os processos e reduzir os custos são objetivos que todas as organizações procuram atingir. Com a tecnologia, é possível obter estas vantagens mais rapidamente. Basta que as organizações estejam preparadas

A importância da tecnologia para acelerar o negócio

É inegável que qualquer empresa ou organização precisa da tecnologia. Quem não apostar nas mais diversas tecnologias, corre o risco de ficar para trás. Esta é uma ideia que já está presente numa boa parte dos líderes, mas, para muitas organizações, a transformação digital não está tão avançada quanto seria desejável.

Cada organização faz o seu caminho mediante as suas possibilidades, mas acelerar o negócio – e transformá-lo à medida que o mercado obriga – depende muito da tecnologia. Dados, Business Intelligence (BI), Robotic Process Automation (RPA) e Inteligência Artificial (IA) são apenas algumas dessas mesmas tecnologias que já estão a ajudar as organizações.

Avançar (mais rapidamente)

Paula Fernandes, Managing Director da Accenture Technology em Portugal, defende que as organizações estão “cada vez mais conscientes da importância da tecnologia para impulsionar e otimizar as suas operações” e que a rápida evolução tecnológica a que todos estamos a assistir “tem levado as empresas a reconhecerem que a adoção tecnológica pode não apenas aumentar a sua eficiência operacional, mas também impulsionar a sua competitividade no mercado”. Com base na sua experiência, Paula Fernandes vê que “muitas organizações estão à procura ativamente de formas de alavancar tecnologias emergentes, como IA, automação, a análise de dados avançada e a cloud, para otimizar os seus processos e aumentar a sua competitividade”.

 

Tiago Brito Barreto, Industry & Utilities Director da Claranet Portugal

Tiago Brito Barreto, Industry & Utilities Director da Claranet Portugal, acredita que as organizações portuguesas perceberam, “de forma muito clara, que a tecnologia passou a estar no centro do negócio” e que é “um imperativo tornarem-se mais digitais, mais eficientes e sustentáveis e, com isso, mais competitivas”. O período pós-COVID levou a uma “nova relação com a tecnologia no mercado de trabalho, na forma como trabalhamos e interagimos, no modo como as empresas são criadas, crescem, inovam, adaptam-se e competem”.

Por sua vez, Bruno Tavares, CTO da Devoteam Portugal, refere que, “se até há bem pouco tempo a digitalização era considerada uma vantagem competitiva, agora apresenta-se como uma necessidade premente para acompanhar os concorrentes num mercado cada vez mais dinâmico. A perceção da tecnologia por parte das empresas evoluiu assim de um papel de suporte para se tornar [uma] parte integrante dos processos de negócio. É essencial que as organizações reconheçam a importância estratégica de priorizar os seus investimentos em tecnologia e adotar uma abordagem proativa, alinhada com os seus objetivos e mercado”.

Crescer (com tecnologia)

Tiago Brito Barreto afirma que “a capacidade de resiliência dos investidores e das empresas portuguesas é colocada à prova” numa altura de contexto de competitividade global e de incertezas quanto à estabilidade política. Assim, há “dois grandes impulsionadores para a adoção de novas tecnologias pelas empresas nacionais: as necessidades do negócio e as necessidades exigidas pela regulamentação”.

Com o objetivo de se tornarem mais eficientes, as empresas devem procurar plataformas convergentes, resilientes e ágeis, diz o representante da Claranet Portugal. “Temos assistido, nos últimos anos, a um investimento muito elevado por parte dos nossos clientes em RPA, em business process automation e supply chain automation, com o objetivo de melhorarem a eficiência e a eficácia das suas operações”. Já em termos de regulação, a adoção de novas tecnologias é “impulsionada pela preocupação das empresas na resposta aos desafios de compliance”.

Bruno Tavares indica que os principais impulsionadores por trás da adoção de novas tecnologias por parte das empresas é a procura pelo aumento da eficiência operacional através de digital e automação dos processos, onde “surgem tecnologia como RPA e low/no-code” e onde começa a aparecer a IA generativa; uma melhor e mais rápida tomada de decisão baseada em dados, que são “um ativo crucial nas organizações”; e a procura pela vantagem competitiva através da inovação e da criação de soluções próprias com novas tecnologias, onde a adoção da cloud permite uma maior escalabilidade e resiliência, assim “como para o acesso a inovação”.

Já Paula Fernandes refere que os impulsionadores por trás da adoção tecnológica refletem “as necessidades e aspirações das organizações”, nomeadamente a eficiência operacional, a tomada de decisão baseada em dados, inovação e competitividade, melhoria da experiência do cliente, conformidade regulatória e adaptação às mudanças do mercado.

Adaptar (ao ritmo da mudança)

Bruno Tavares explica que “as empresas estão cada vez mais atentas às tecnologias que influenciam as tendências de mercado e que podem impactar os seus produtos, serviços e estratégias de negócio. Uma das estratégias passa pela colaboração com parceiros estratégicos cada vez mais especializados nos seus domínios de atuação, com expertise sólida e que apoiam o acesso a recursos e tecnologias especializadas, reduzindo o tempo de resposta”.

Já do ponto de vista interno, diz o CTO da Devoteam Portugal, “as empresas estão a definir e a adotar processos mais ágeis, capazes de reagir a mudanças constantes e, simultaneamente, a investir na formação das suas equipas. Para que a organização consiga ultrapassar o momento de introdução de uma tecnologia e consiga tê-la como parte da sua operação, é crítico que os seus colaboradores façam o buy-in”.

Paula Fernandes, Managing Director da Accenture Technology em Portugal

 

Com o objetivo de se adaptarem e acompanharem o ritmo das mudanças tecnológicas, as empresas têm investido em pesquisa e desenvolvimento, em iniciativas de inovação e na formação de parcerias estratégicas para “aproveitar a experiência e a inovação desses parceiros e acelerar o desenvolvimento e a implementação de novas tecnologias”, assevera Paula Fernandes.

Tiago Brito Barreto destaca o ranking de transformação digital da OCDE, onde Portugal ocupa a 11.ª posição, e o ranking mundial de competitividade digital do IMD, onde o país se encontra no 36.º lugar. “Este esforço espelha-se no reforço da capacitação de competências digitais dos colaboradores, no investimento em ferramentas que permitam um maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, na transformação de modelos de negócio para que as empresas possam tirar maior partido da tecnologia e, com isto, tornarem- se mais eficientes, sustentáveis, seguras e ecológicas”, explica.

Desafios (na implementação)

Paula Fernandes refere que as os custos significativos, a complexidade na integração com sistemas legacy, as preocupações com cibersegurança são alguns dos desafios das organizações na altura de implementar novas tecnologias. Paralelamente, as empresas também encontram “resistência à mudança por parte dos colaboradores”, a “necessidade de escalabilidade e considerações éticas e regulatórias” como desafios. Abordar estes desafios requer “uma abordagem estratégica, colaboração entre as diferentes partes interessadas e, muitas vezes, uma assistência externa de consultores de tecnologia e de fornecedores de soluções”.

Tiago Brito Barreto indica a escassez e a fixação de quadros qualificados como um dos principais desafios enfrentados pelas empresas. “A lei da oferta e procura impera e, num setor de recursos escassos, as remunerações de profissionais de novas tecnologias continuam a aumentar acima da média”, explica. Outro desafio, aponta, é a literacia digital e a importância da aquisição de competências para “lidar com uma sociedade cada vez mais tecnológica”.

Os desafios podem “ser inúmeros e muito diversificados”, dependendo do contexto da própria organização, refere Bruno Tavares. No entanto, o CTO da Devoteam Portugal destaca “a gestão da mudança com os colaboradores, que podem apresentar alguma resistência ou falta de capacitação para as respetivas tecnologias”, assim como a pressão no mercado de talento e a integração de novas tecnologias em ecossistemas com sistemas legacy.

Benefícios (com a implementação)

Tiago Brito Barreto afirma que “as novas tecnologias estão a permitir a alteração de modelos de negócio que se sustentam na inovação e na criatividade, possibilitando a exploração de novas oportunidades e modelos de negócio” e relembra que “todo o investimento tem sempre em conta dois fatores: o aumento de produtividade e a redução de custos. Por um lado, aumentar a eficiência e qualidade dos processos de produção, através da automação, digitalização, analítica e otimização de fluxos de trabalho; por outro, mitigar riscos, reduzir desperdício, ineficiência energética e impacto ambiental”.

Bruno Tavares reforça que aquilo que as organizações procuram é um aumento de produtividade, conseguido através do ambiente de trabalho digital ou pela digitalização e automação dos processos; um decréscimo nos custos operacionais que advém de processos mais ágeis e automatizados; a otimização da tomada de decisão diária, seja ela auxiliada por dados ou automação; e produtos e serviços diferenciados, assim como a aceleração do time-to-market.

A Managing Director da Accenture Technology em Portugal explica que “a implementação de novas tecnologias está a trazer benefícios reais para as organizações, incluindo melhorias na eficiência operacional, na redução de custos, no aumento da qualidade dos produtos e serviços, no aumento da produtividade, na tomada de decisões mais informadas, na experiência do cliente aprimorada e no estímulo à inovação e retenção de talento”.

Abordagem (mais ágil)

 

Bruno Tavares, CTO da Devoteam Portugal

Bruno Tavares refere que “a mudança para uma abordagem mais ágil está a exigir às organizações a simplificação dos processos, e equipas flexíveis e multidisciplinares, com um mindset de inovação e melhoria contínua, promovendo uma cultura colaborativa e de comunicação regular. Ao fazer da tecnologia parte integrante do negócio, este terá de ser certamente mais ágil.”.

Para Paula Fernandes, a mudança para uma abordagem ágil “está a remodelar a forma como as organizações operam, promovendo a flexibilidade, a adaptabilidade e uma mentalidade centrada no cliente”, o que envolve “ciclos interativos de desenvolvimento, colaboração entre equipas multifuncionais e uma cultura que valoriza a aprendizagem contínua e a melhoria incremental”.

Tiago Brito Barreto relembra que “empresas ágeis aumentam dramaticamente a produtividade e encurtam os ciclos de entrega, melhorando a qualidade e a satisfação dos clientes”. Ao tornarem- se mais competitivas, “asseguram com maior facilidade o seu posicionamento no mercado”. A mudança para uma mentalidade mais ágil exige “uma mudança de cultura e de mentalidade, na melhoria da comunicação entre equipas, na partilha de conhecimento e no trabalho em rede”.

Papel da liderança (na mudança)

Paula Fernandes, da Accenture Technology, destaca que o papel da liderança é “crucial no impulso para a mudança e na adoção de novas tecnologias nas organizações”. A liderança executiva deve estabelecer uma visão clara, alocar os recursos adequados, fomentar uma cultura de inovação e remover obstáculos para a mudança.

Numa primeira instância, diz Tiago Brito Barreto, a liderança executiva deve definir a visão e a estratégia da empresa. “O passo seguinte é definir de que forma a adoção de novas tecnologias vai impulsionar esta mesma estratégia. Há que definir, de forma clara, a relação entre ambas, os seus impactos e necessidades, bem como alocar os recursos adequados para apoiar os projetos de transformação digital, incluindo investimentos em infraestrutura, talento e formação”, explica.

Se é verdade que a liderança executiva tem um papel fundamental em qualquer processo de mudança, “na adoção de novas tecnologias não é exceção”, diz Bruno Tavares, da Devoteam Portugal. “O verdadeiro impacto da tecnologia só acontece quando esta é planeada e adotada à luz de uma estratégia integrada, alinhada com os objetivos e necessidades da organização. É esta estratégia que permite manter o foco, visão e os recursos necessários a estes ciclos de inovação, que muitas vezes (embora iterativos), são longos”.

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