Líderes reconhecem aumento de ciberataques, mas mantém-se confiantes da proteção das organizações

Estudo global da Mazars mostra que mais de 54% dos líderes C-Suite considera que os ciberataques aumentaram face ao último ano e mais de um terço diz ser provável uma violação com impacta na empresa ainda este ano

Líderes reconhecem aumento de ciberataques, mas mantém-se confiantes da proteção das organizações

A Mazars lançou o seu relatório “Cibersegurança: a sua rede é suficientemente robusta?”. De acordo com um estudo realizado junto de mais de mil executivos C-suite em todo o mundo, a cibersegurança tornou-se uma das grandes preocupações para os líderes empresariais. Uma ciberdefesa eficaz tornou-se um ato de equilíbrio para muitas empresas; ter uma rede de segurança forte que amorteça qualquer eventual queda é obrigatório.

Robert Kastenschmidt, Partner e Head of Consulting na Mazars, afirma que “as ciberameaças estão em todo o lado. Isto não é uma paranoia, é uma realidade ainda que infeliz: todos os dias surgem novos hacks, novas fugas de dados, novos constrangimentos - e novos custos, tanto financeiros como comerciais. Ninguém é poupado. De forma coletiva, estamos a melhorar em termos de prevenção e deteção de ciberataques e na limitação dos seus danos, mas nenhum sistema é infalível. Os avanços tecnológicos que nos podem proteger também fornecem aos criminosos ferramentas mais avançadas, incluindo inteligência artificial, que podem mantê-los bastante à frente das organizações alvo”.

O estudo da Mazars mostra que os líderes empresariais sentem que as ciberameaças estão a aumentar, com mais de um em cada três a preparar-se para um ataque significativo na sua organização durante os próximos 12 meses.

A mudança percebida é mais notória nos EUA e na Europa, com mais de 60% dos gestores a anteciparem perigos crescentes. As grandes empresas com receitas anuais superiores a mil milhões de dólares parecem ser as mais preocupadas, mas os criminosos não discriminam, sondando todos em busca de vulnerabilidades, independentemente da dimensão.

Jan Matto, Partner da Mazars comenta que “não é por uma empresa ser pequena que corre menos riscos de ciber ataques. De certa forma, as pequenas empresas correm mais riscos, pois geralmente têm menos pessoas com recursos de cibersegurança e podem não ter controlos internos para identificar e detetar ameaças. No mundo da cibersegurança não é impossível proteger-se se for uma pequena empresa, mas isso requer um caminho de preparação”.

Apesar da preocupação com o ciber-risco, a maioria das empresas expressa confiança na sua capacidade de se proteger em caso de ataque. Mais de dois terços dos líderes de negócios (68%) dizem que sentem que os dados de sua organização estão “completamente protegidos”. A confiança é maior nos EUA, onde 80% dos entrevistados se sentem completamente protegidos.

Para os executivos C-suite a nível global, o ciber risco traduz-se, em grande parte, no receio do risco financeiro. Mais de metade (56%) dos líderes de negócios inquiridos colocam as perdas financeiras no topo da lista dos maiores riscos para a sua organização em relação à cibersegurança e proteção de dados.

Muitas empresas, especialmente as que atuam nos setores mais expostos, tais como bancos e retalho, acumularam uma compreensão profunda dos riscos e das estratégias de resposta e recuperação necessárias na organização para lidar de forma efetiva com as ciber ameaças. Mas existe, por vezes, uma lacuna entre a realidade de TI e a confiança dos gestores sobre o grau da sua proteção.

Comentando sobre o ciber risco no setor do retalho, a Partner da Mazars, Isabelle Massa, afirma que “quando lidamos com dados privados de clientes, incluindo números de cartões de crédito, precisamos de ter muita confiança. E os retalhistas estão a levar a cibersegurança a sério – fazem isso há anos. É por isso que parecem confiantes. A minha conclusão é que nunca sabemos ao certo, por isso é melhor estarmos preparados. Este é um setor que está constantemente em risco”.

Uma defesa robusta contra ciber ataques depende da capacidade para os identificar, prevenir e detetar. A resposta e a recuperação pós-ataque precisam de ser cuidadosamente planeadas e amplamente testadas. Neste relatório, são explorados cinco pilares para uma defesa inteligente contra ciber ameaças: identificação, prevenção, deteção, resposta e recuperação.

Para Ivo Morais, Audit & Assurance Senior Manager da Mazars em Portugal, “é fundamental ter consciência que a superfície de ataque aumentou de forma significativa e vai continuar a aumentar com a dinâmica criada pelo processo de transformação digital e mudança nos modelos de trabalho. Este efeito coloca ainda maior pressão no processo de avaliação de riscos subjacentes aos sistemas de informação, com consequências reais na atividade das empresas, não só em termos de incumprimento de matérias legais e regulamentares, tais como a violação da política de privacidade, mas também no que respeita à garantia da continuidade do negócio, ainda que estejamos muito seguros quanto à política de cyber security e modelo de governo implementado pelas empresas. Os riscos provenientes dos ciberataques, bem como a complexidade dos mesmos, é cada vez maior, por isso resta-nos fazer o que está ao nosso alcance garantindo avaliações de risco regulares, execução de testes de efetividade das políticas implementadas, monitorização adequada das informações que são críticas e garantir a existência de um plano de Disaster Recovery que responda de forma adequada e célere aos desafios atuais”.

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