Olhando para os ciclos de “hype” da Gartner, por exemplo, podemos ficar com a ideia de que o que faz mover o mundo são as tecnologias disruptivas.
Cada ano uma nova vaga tecnológica, das quais no ano seguinte temos as desilusões e finalmente, nalguns casos, chegamos a ter a adoção generalizada passado algum tempo e ultrapassados alguns percalços. Mas na verdade o que faz mover o mundo são as melhorias incrementais. A transformação é desejável, por certo, mas se a organização não tiver processos e práticas estruturados, tê-los-á depois da transformação? Não é evidente que assim seja. Por isso é importante que épocas de desafios como a que atravessamos sejam também épocas para repensar e otimizar processos de negócio – ainda que sem o chapéu de um grande projeto de transformação digital, que neste momento nem todas as empresas estão com capacidade para levar a cabo. Ou seja, se não existe disponibilidade de recursos para uma transformação em larga escala, o que impede de se empreender uma otimização – que seja em tudo o que tem que ver com a satisfação dos clientes, como a eficácia das vendas, com o controlo atempado e rigoroso de custos? É de crer que face a desafios continuados colocados pela presente situação, muitas empresas terão de ser bastante seletivas nos projetos que podem endereçar – e muitas vezes os que se referem a otimizações de processos são considerados de menor visibilidade e por isso, protelados. Mas a verdade é que sem processos eficientes e controlados, os recursos escassos tendem a perder tempo em tarefas de escasso valor. O que significa que, provavelmente, a repetição destas tarefas não é rentável para a companhia. Na conjuntura atual, eliminar o desperdício, só pode ser um objetivo vencedor. |