Cinco mitos que atrapalham a transformação digital no setor bancário

Cinco mitos que atrapalham a transformação digital no setor bancário

As instituições financeiras estão sob pressão, e os bancos não são excepção. Com o aumento da concorrência de fintechs, neobancos e outros prestadores de serviços financeiros, os bancos começaram a sentir o impacto. A pandemia de Covid-19 acelerou a digitalização a um ritmo superior ao previsto, e os consumidores estão mais intolerantes ao atrito nas suas jornadas de experiência

Além disso, existe um problema com os dados. Antes da pandemia, o comportamento do consumidor era mais previsível mas isso mudou, e ainda não é claro se os dados tradicionais (e a nossa análise dos mesmos) continuam fiáveis. Como podem então os bancos focar-se no crescimento, responder às expectativas dos clientes e, ao mesmo tempo, gerir o risco de forma eficaz? Em muitos casos, significa analisar os seus dados e a sua tecnologia de decisão.

Mito n.º 1: Os dados de crédito tradicionais são suficientes

Realidade: Os dados de crédito tradicionais raramente oferecem uma visão completa da capacidade de crédito de um cliente. Fontes alternativas, como dados de telecomunicações, rendas, serviços públicos, presença online e dados bancários abertos, podem oferecer uma visão mais abrangente da saúde financeira e da intenção de pagamento de um potencial cliente.

O Desafio dos Dados: Existe uma enorme quantidade de dados no mercado, muitas vezes dispersos por sistemas isolados, o que complica o seu acesso e integração. A resposta não é ter mais dados, mas sim os dados certos no momento certo. Segundo a IDC , em 2022 foram gerados mais de 100 mil exabytes de dados, um marco histórico. Contudo, já em 2025 o “Estudo Global de Tomada de Decisão de Risco 2025” da Provenir, dá conta que 60% dos inquiridos enfrentam dificuldades na gestão do risco de crédito e na deteção e prevenção de fraudes. Além disso, muitos desses executivos estão a reformular as suas estratégias com a ajuda da IA: 55% reconhecem o valor desta tecnologia para agilizar a tomada de decisões estratégicas e melhorar o desempenho das suas operações, enquanto 53% consideram que a IA deve ser utilizada para otimizar automaticamente os modelos de risco, tornando as decisões mais precisas, objetivas e eficientes. A utilização de dados alternativos é crucial para obter uma visão em tempo real da capacidade de crédito dos clientes e para expandir o mercado de crédito de forma mais inclusiva.

Mito n.º 2: Atualizar é demasiado caro

Realidade: Presume-se facilmente que mudar de tecnologia implica um investimento inicial elevado. No entanto, sistemas antigos tornam-se mais dispendiosos com o tempo. Além disso, a automatização e a independência face permitem poupar custos.

O Desafio do Custo: As pressões económicas pós-Covid tornaram os custos uma preocupação constante. Muitos bancos hesitam em abandonar infraestruturas antigas devido ao tempo e dinheiro já investidos, mas manter estes sistemas pode tornar-se mais dispendioso a longo prazo, devido à perda de competitividade, ineficiência nos processos e maior risco de incumprimento regulatório. A actualização tecnológica resulta num menor custo total de propriedade e maior eficiência na prevenção de fraudes e lançamento de produtos.

Mito n.º 3: Reformular os sistemas é demasiado difícil

Realidade: Não é necessário substituir tudo de uma só vez. Existem soluções que funcionam em paralelo com os sistemas existentes ou que permitem uma actualização faseada.

O Desafio da Complexidade: Embora possa parecer um processo longo e complicado, existem hoje soluções modulares e ágeis que permitem uma transição suave. Pode optar por modernizar um departamento de cada vez.

Mito n.º 4: A tecnologia na nuvem não cumpre os requisitos de conformidade

Realidade: Tanto em soluções on-premises como na nuvem, os requisitos de segurança e conformidade são rigorosos. As soluções na cloud são cada vez mais capazes de se adaptar rapidamente às exigências regulatórias em constante mudança.

O Desafio da Conformidade: A conformidade abrange vários domínios: privacidade, risco, due diligence e regulamentação. A automatização e a IA permitem maior consistência, redução de enviesamentos e melhor conformidade com normas de protecção de dados. As plataformas em cloud, além de escaláveis, são mais rápidas a adaptar-se às novas exigências legais, especialmente em organizações que operam em vários mercados.

Mito n.º 5: A decisão automatizada aumenta o risco de fraude

Realidade: Automatizar decisões permite detectar e prevenir fraudes com maior precisão e em tempo real, especialmente com recurso a IA e machine learning, que analisam grandes volumes de dados para identificar padrões suspeitos.

O Desafio da Fraude: O aumento dos serviços digitais trouxe uma escalada nas tentativas de fraude. Nos EUA, em 2021, foram reportados mais de 2,8 milhões de casos; no Reino Unido, foram mais de 875 mil. A chave está em equilibrar o crescimento do negócio com uma estratégia de risco robusta.

Como tornar esta corrida mais inteligente

A concorrência é feroz, e a velocidade é essencial. Mas essa rapidez deve ser acompanhada de decisões bem fundamentadas. A actualização da tecnologia de decisão de crédito é um passo decisivo. O ecossistema de decisão de crédito está em constante evolução. As ferramentas certas são essenciais para manter a competitividade, responder às exigências do mercado e melhorar a experiência do cliente, tudo isso com segurança e conformidade.

Tags

REVISTA DIGITAL

IT INSIGHT Nº 56 Julho 2025

IT INSIGHT Nº 56 Julho 2025

NEWSLETTER

Receba todas as novidades na sua caixa de correio!

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.