IA, cloud e cibersegurança serão temas incontornáveis nas organizações

Mais do que apenas ajudar os clientes a percorrer o caminho da transformação digital, a Microsoft tem vindo a adaptar-se às mudanças, a ajustar a sua estratégia e a reorganizar a sua oferta. Portugal não é exceção

IA, cloud e cibersegurança serão temas incontornáveis nas organizações

Há poucos meses ao leme da Microsoft Portugal, Andres Ortolá, explica à IT Insight como está hoje organizada a estrutura da subsidiária nacional e quais as áreas com maior peso no mercado português. O Country General Manager revela ainda a forma como a tecnológica aborda questões como a cibersegurança ou a cloud, e como a inteligência artificial já faz parte do dia-a-dia das pessoas e da organização. Para final de conversa, o gestor reserva algumas recomendações para os nossos leitores, nas quais se destaca a palavra perseverança digital. Descubra o resto.

Como é hoje a estrutura da Microsoft em Portugal?

Nos últimos cinco/seis anos fizemos, na Microsoft Portugal, uma mudança na distribuição de recursos. Atualmente, temos uma área muito importante que é o serviço de suporte técnico internacional. Nesta área, temos também alguns outros serviços regionais, anotações e traduções por exemplo, mas a grande maioria dos recursos estão alocados ao suporte técnico para clientes. Outra unidade é a de Customer Success, que é o grupo mais importante e mais numeroso na nossa estrutura, e que inclui os projetos, casos de sucesso, histórias positivas, etc… Nesta unidade temos algo muito importante que é o CISAM, o Customer Success Account Manager, que é um pouco o capitão da operação de Customer Success, e quem decide que recursos são necessários, em que momento, e que tecnologia deve ser utilizada. Há muitas práticas e usos diferentes da tecnologia, pelo que precisamos de uma pessoa que conheça o cliente, que conheça a tecnologia e que faça a orquestração de recursos. E, por fim, temos os Customer Success Managers, que é mais um apoio à adoção de tecnologias como, por exemplo, de Dynamics ou low code, que são mais business oriented, mais específicos.

A esta juntam-se as unidades Azure Data, com arquitetos e equipamento técnico mais avançado que dá suporte aos desenvolvimentos dos clientes, e Cloud, com duas equipas técnicas altamente qualificadas que trabalham com os clientes. Há alguns anos alterámos a abordagem à cloud para um modelo a que chamámos Cloud Consumption, ou seja, que permite uma gestão da utilização do contrato em conjunto com o cliente. Na minha opinião, este é o futuro pois há cada vez mais clientes a pedir que os acompanhemos nesta viagem, em parceria, o que é muito interessante. E a capacidade de cloud e de computing power que temos agora, permite fazer coisas muito diferentes do que fazíamos tradicionalmente. Falamos de retalho, de banca, de indústria, de IoT, de uma oil grid, de um veículo, falamos de muitas coisas.

Quais são as áreas estratégicas e as apostas de crescimento neste ano fiscal da Microsoft Portugal?

Temos algumas particularidades locais que estamos a tentar adaptar para o que é a estratégia global. Temos seis divisões em todo o mundo: Azure Infrastructure, Cloud Infrastructure, Data and AI, Security, Modern Work Environment, Surface e Business Applications. Essas são as standard, mas aqui temos algumas oportunidades que são importantes para Portugal.

 

“Queremos que a evolução, o futuro, seja uma combinação das nossas fusion teams (...) e os cidadãos de desenvolvimento. Ou seja, tudo o que é tecnologia de low-code ou no-code”

A primeira é a migração e a adoção de cloud services. O crescimento de nativos digitais, startups, ou scale-ups, e tudo o que está a acontecer em Portugal, é uma oportunidade não só para o país, não só para o negócio e para acompanhar essas empresas no novo crescimento, mas também é interessante para o desenvolvimento da economia e da competitividade. Vamos estar por aí e já estamos a fazer muito investimento. Vamos ter uma divisão de nativos digitais que já anunciámos, e vamos trabalhar com as start-ups desde a fase inicial até ao nível unicórnio.

Uma parte interessante que temos agora, e que não é tão comum, é a área a que chamamos Community Developer, ou seja, fusion teams. No mundo, nos próximos cinco anos, vão desenvolver- se 500 milhões de aplicações. Não existem recursos humanos especializados que consigam dar resposta a esta necessidade em todo o mundo, e o mesmo acontece em Portugal.

Então, nós queremos que a evolução, o futuro, seja uma combinação das nossas fusion teams, que são os produtores profissionais de software, e os cidadãos de desenvolvimento. Ou seja, tudo o que é tecnologia de low-code ou no-code, tudo o que tem a ver com o processo de negócio ou o desenvolvimento de aplicações de baixa complexidade. Estamos a fazer muito nessa área e temos muitos exemplos pequenos, mas com muito valor acrescentado.

Outro tema muito importante é a segurança, em que ainda há muito para fazer em Portugal. Há muito por fazer na capacitação técnica, na capacidade de operação, e nas administrações de empresas privadas e públicas, no sentido de compreenderem e de assumirem o seu papel e o risco da cibersegurança. Não é mais do que dar cartas e ser muito proativo. Nesta área estamos a trabalhar com muitas empresas.

 

Andres Ortolá, Country General Manager da Microsoft Portugal, em entrevista à IT Insight

 

Mas agora têm mesmo uma divisão para a cibersegurança?

Temos uma divisão específica de cibersegurança, uma divisão específica local, mas que está apoiada pelo nosso Centro Global de Cibersegurança. O Centro Global de Cibersegurança processa um trilião de sinais de cibersegurança por dia. Imagine a inteligência que se pode desenvolver com isso. Então, colocamos essa inteligência na parte do produto, mas também fazemos muitas recomendações e alertas.

No caso da Ucrânia, por exemplo, vimos que semanas antes da invasão, a guerra cibernética já estava a começar. Já estava a acontecer com muita intensidade na frente com a Ucrânia, e aí trabalhamos muito com o governo para ajudar a defender e a mover os dados para a cloud. É uma história muito interessante.

Mas cremos que o futuro do warfare e do risco internacional vai passar pela capacidade dos governos de controlar a sua exposição de cibersegurança. Temos muitos dados que relacionam ataques cinéticos com ataques cibernéticos. Na guerra moderna entendemos que isto vai ser interessante, estamos a aprender muito com a Ucrânia, e hoje replicamos todas essas práticas para Portugal e para todos os mercados.

E, por fim, todo o tema dos dados que não é propriamente um tema novo por si próprio. Vemos a quantidade de dados que estão a ser gerados de forma quase autónoma e a quantidade de dados que a inteligência artificial está a gerar, e é como pensar em dispositivos de geração de imagens. Por exemplo, se queremos um cão amarelo, imaginamos esses dados e metadados a que se acedeu a partir de uma ideia que não tem fonte, não tem estrutura.

E, portanto, pensamos em como podemos ajudar os clientes a ter uma abordagem diferente aos dados que não seja apenas para aprender a ter dados e insights, mas também para se prepararem para o que pode vir a acontecer, para a governança, para a segurança e preparar para impactos. Essas são as áreas mais importantes que temos aqui.

Estão a fazer também alguns projetos com a Administração Pública e com o Governo, nessa perspetiva de que os governos têm de estar preparados para a cibersegurança reforçada. Que tipo de trabalho estão a fazer?

Temos muito trabalho e ajudamos os clientes quando têm uma intrusão, ou seja, vamos lá e trabalhamos com eles para melhorar a sua posição, mas também estamos a fazer muito trabalho com a certificação dos nossos produtos próprios. Há algumas semanas, tivemos a segunda renovação da certificação da Azure Platform e de toda a nossa plataforma de Office 365 em GNS. Somos a única plataforma certificada oficialmente.

“Trabalhamos muito com base na perspetiva da partilha de conhecimento. O primeiro [âmbito] é a missão da nossa operação. O segundo é a nossa operação comercial (...) e temos o terceiro, que é a eletricidade produzida para que o Surface funcione”

 

Mas também estamos a trabalhar em protocolos de partilha de informação. Toda essa informação que geramos no Security Center, partilhamos com o GNS e com todos os departamentos de segurança para prevenir, que é o mais importante.

E também fazemos muito trabalho de evangelização com as pessoas, sobretudo com a administração. Acho que o líder SME português não é o líder digital, mas é o líder enterprise, não é o líder que tem a cibersegurança em cima da mesa. Isto é algo que está a mudar, mas não é automático, embora já não seja opcional. Vamos trabalhar muito nessa frente com a GNS.

Há uma especificidade da adoção do Azure em Portugal? Algum padrão que seja diferente em Portugal? E quais os focos principais na utilização da Cloud?

Vou dar alguns exemplos, mas sem nomes, porque temos muitos clientes a que chamamos ‘born in the cloud’, clientes digitais, que são clientes que têm uma empresa digital, uma operação completamente digital. Os nossos clientes têm um rate de inovação, um ritmo de inovação que não pode ser assumido com outra tecnologia que não seja a tecnologia da cloud em que os recursos estão totalmente disponíveis a todo o tempo.

Depois, temos uma grande parte dos clientes a que chamamos de infraestrutura que está fora de suporte ou com grande exposição de cibersegurança, e temos de as mover para uma envolvente mais segura, mais atualizada. É um driver sempre importante, que está a crescer muito, mas que tem de fazer muito mais.

E o terceiro driver que está a começar a ser lançado agora é o dos dados na cloud. Há incógnitas de desinformação relativamente ao que significa ter os dados na cloud, qual é o benefício, e que requisitos temos de ter em cada país, ao nível do RGPD, etc. Esta tem sido a última grande área de desenvolvimento para os grandes ciclos.

Também há algo interessante que estamos a fazer com algumas empresas em termos de energia, de consumo e de tudo o que é sustentabilidade. Temos muitos dados, temos muita experiência e aprendemos muito em anos de operação avançada de centros de dados. Temos muita informação e podemos trabalhar de forma muito mais eficiente do que outras empresas cujo core business não é o data center. Aí temos muito interesse, muito trabalho com companhias que querem baixar a sua pegada de carbono. Estamos a trabalhar muito com energias renováveis e temos compromissos muito fortes a nível mundial para 2030.

Somos neutros em carbono desde 2012, e em 2030 vamos ser negativos em carbono, ou seja, vamos emitir menos do que tiramos da atmosfera, e isto será possível com muita tecnologia e inovação. Mas, para 2050, temos um objetivo ainda mais ambicioso que será ter tirado da atmosfera todo o carbono que a Microsoft colocou na atmosfera desde 1975, desde que a companhia começou.

E é interessante a abordagem que a Microsoft tem aqui, porque estamos com uma abordagem baseada em ciência, baseada em trabalho com parceiros e temos três âmbitos de aplicação.

Quais são esses três âmbitos de aplicação?

Trabalhamos muito com base na perspetiva da partilha de conhecimento. Por exemplo, temos esses três âmbitos de aplicação e o primeiro é a missão da nossa operação. O segundo é a nossa operação comercial, ou seja, os carros que usamos para vir hoje, etc., e temos o terceiro, que é a eletricidade produzida para que o Surface funcione.

 

“A pergunta não é o que a IA pode fazer. A pergunta é o que IA deve fazer. Temos aí um repto, um desafio importante. Como país e como motor de inovação do país, de ter uma inovação responsável, uma inovação que seja ética, que seja positiva”

Então, nos últimos dois anos, acho que baixámos consideravelmente os primeiros dois, mas o terceiro, durante a pandemia e com a adoção crescente de cloud services, cresceu muito. Mais computadores, mais software, mas temos crescido de uma forma mais eficiente. Se o negócio cresceu 30%, não crescemos 30% em emissões, crescemos 20%. Estamos a ser mais eficientes, mas temos muito mais trabalho para fazer no terceiro aspeto.

Obviamente, o consumo de energia nos nossos data centers é elevado, mas estamos a investigar com data centers debaixo de água para o arrefecimento, assim como no espaço também. Mas também estamos a mudar as cozinhas de gás para elétricas, ou seja, é uma combinação de muitos projetos e de muitas coisas. É um objetivo muito ambicioso, mas temos uma boa perspetiva

Referiu a aposta nos dados. E, obviamente, os dados acabam por estar ligados à inteligência artificial, que se alimenta dos dados. Nas vossas histórias de sucesso com clientes, começam a sentir a integração de machine learning, de IA, nas plataformas dos clientes, ou ainda acontece mais a nível de produtos?

Vamos ver, acho que quando a IA começou, todo o mundo imaginou a IA como uma grande aplicação, e temos aprendido que não é o caso. A questão é como integrar pequenos componentes de inteligência artificial nas ferramentas.

Temos muitos exemplos no Office 365, onde poderia agora mesmo colocar um tradutor para falar tudo em espanhol e traduzir para chinês, tudo online. E é um mecanismo que não precisa de se ser um engenheiro, está disponível no Office 365, em Cloud Computing, faz todo o trabalho, mas é uma pequena inovação interessante.

Temos outra inovação interessante no Office 365 que passa pela verificação dos documentos para acessibilidade. Então, se faço um documento e digo que falta acessibilidade ou que uma foto não tem descrição, etc., tudo isso é inteligência artificial a interpretar o que diz o documento e sugerindo alterações. E na parte de developers, temos uma coisa a que chamamos Copilot, que é muito interessante, e verdadeira confluência do developer profissional e da IA como um copiloto. Realmente, o nome é muito bom porque é um copiloto que sugere funções, coisas que o developer tem etc. Gradualmente, vamos ver mais e mais integrações simples, integrações que não vão ser visíveis, serviços que vão trazer dados e estar metidos noutros softwares e noutros produtos maiores.

 

Estamos a ver muito mais esse tipo de aplicações. A pergunta não é o que a IA pode fazer. A pergunta é o que IA deve fazer. Temos aí um repto, um desafio importante. Como país e como motor de inovação do país, de ter uma inovação responsável, uma inovação que seja ética, que seja positiva.

Se agora voltarmos ao tema da guerra, imagine tudo o que a IA poderia significar para o armamento. É uma área em que a tecnologia está disponível, uma área que obviamente temos de regular e ter muito cuidado como fazemos a inovação. Acho que o melhor ainda está por vir e vamos ver muito mais IA dessa maneira na nossa vida diária. Não vamos reconhecer o que é IA e o que não é.

Vou dar-vos um exemplo que é o meu favorito. É uma empresa portuguesa que tem uma tecnologia que faz o desenho da roupa, tudo por IA, não há nenhum designer. É muito poderoso porque pode levar o designer para casa, é conceito de build for purpose, build to use, é muito interessante. É o conceito de personalização extrema de que todos falam, mas não pode escalar-se um designer humano. Se vai ultrapassar os designers humanos? Não. Vai ampliar o poder do designer humano. É uma história muito interessante.

Outro caso de que gosto muito é o da Fundação Champalimaud. Eles fizeram, em maio deste ano, a primeira intervenção de cancro a partir de Barcelona. É uma história fascinante, porque é um cirurgião que fez todo o desenvolvimento com alunos da universidade, e a tecnologia é surpreendente, muito menos invasiva, e o médico pode observar a evolução do tumor e como interviria, mesmo sem estar no local. É uma coisa maravilhosa, a inovação portuguesa é uma maravilha. E combina o poder da IA com o poder da realidade virtual mista. E o próximo passo é ir para o metaverso. Essa inovação é um projeto muito bonito, toda essa colaboração através das tecnologias.

Há pouco falou da ética também relacionada com tudo isto, com a inteligência artificial. Quem é que tem o papel de definir essas regras, o que é ético ou não?

É uma questão complicada. Acho que pode ser um trabalho conjunto de governos, e de empresas tecnológicas. E há desafios éticos que vão ter de se resolver em conjunto com a sociedade. O desafio do self driving car, por exemplo, é uma questão moral, não é? E não acho que é um tema de Governo.

Então, é muito trabalho para se fazer e acho também que a tecnologia vai melhorar muito, vai permitir muito mais, vai tornar mais fácil essa transição. É um desafio da sociedade.

A tecnologia hoje disponível pode fazer muito mais do que está a fazer, e acredito que nos próximos cinco, dez anos vamos ver muitas mais coisas. E que vamos aprender muito mais com os casos, com o que pode sair mal, o que pode sair bem, e qual é o grande benefício. Tem muito potencial positivo e gostaria de ver governos e institutos a trabalhar também para podermos desenvolver mais e aprender para que o negativo seja a menor parte. Mas é um trabalho conjunto, claramente conjunto.

Como é que a Microsoft está a abordar o metaverso? Como é que está a ver esta nova realidade alternativa?

O metaverso é muito interessante também porque a nossa visão do metaverso é uma envolvente mais para criar experiências para utilizadores. Pode ser uma experiência do utilizador em realidade virtual ou aumentada, ou pode ser em gaming.

Mas vemos uma coisa que para mim é muito importante, que é que não entendemos o metaverso como um lugar alternativo, um só lugar. O metaverso é uma ferramenta para criar experiências mais imersivas, mais completas, que podem ser usadas em educação, em gaming, etc.. E é um espaço que estamos a começar a ver com muita confluência. Já anunciámos há alguns meses que a Meta e a Microsoft estão a colaborar para ter novas ferramentas imersivas para trabalhar com o Teams.

Acho que a educação, a formação, e muitos cenários concretos do metaverso, com a IA, podem aportar muito valor. Mas a tecnologia disponível aqui também é incrível. Agora, é a vez dos utilizadores encontrarem aplicações que façam sentido e que aportem valor ao mercado.

Qual é o papel do hardware para a Microsoft, que é uma empresa tradicionalmente de software e que entrou aos poucos com as consolas e depois com os primeiros Surface? Qual é, de facto, hoje o papel destes dispositivos para a Microsoft? É um negócio, é demonstrativo de possibilidades, ou é tudo isso?

Surface é uma linha de negócio que está viva e veio para ficar, e é muito interessante para nós, muito importante. Porque a Microsoft tem duas abordagens e continua a ter a conceção de serviços de software, mas pensamos que queremos oferecer uma experiência premium, com integração de ponta a ponta. Por exemplo, hoje temos cenários onde o cliente pode adquirir o Surface como um serviço também.

Se pensarmos em pacotes de produtividade, tudo pode ser um serviço. Tudo, desde segurança, Office, Windows, tudo é um serviço, e na cloud, a agilidade que isso permite é incrível. E pensamos que temos de ter uma linha que controlemos e onde possamos oferecer essa experiência melhorada. Temos uma evolução que é mais para o lado empresarial do que para o consumidor, à exceção da divisão de gaming que é um pouco diferente, porque o gaming também evoluiu.

Mas agora temos a gama de dispositivos Surface, temos o Duo. Temos dispositivos de produtividade empresarial e o Surface é uma plataforma de produtividade empresarial. Não vamos competir no mercado de consumo, mas pensamos na experiência premium, integrada e no trabalho que temos feito em segurança.

E criámos uma experiência superior. É uma linha mais interessante e, deste modo, voltou à Microsoft um pouco do dispositivo, a parte da experiência que podes tocar e sentir. Temos uma excelente relação com os OEM, com as marcas do OEM, e complementamos bem a oferta. Depois, do ponto de vista Microsoft, hoje temos acesso à nossa tecnologia numa variedade de dispositivos e serviços, e o que é importante também, é que é independente dos dispositivos.

Vou ter a minha experiência Office 365, no meu Apple Phone ou na minha casa. O que acho que é o grande valor da nossa plataforma de cloud e produtividade é ter uma experiência transversal e independente do dispositivo que seja o preferido pelo cliente.

No gaming há também uma vertente interessante, que é o gaming tradicional de consola que agora tem um novo canal de desenvolvimento nos dispositivos móveis, o Gaming Experiences. Mas em outros casos, o nosso negócio de gaming mudou e a IA tem um grande papel. Se pensarmos no Flight Simulator que lançámos, o cenário de Lisboa é fantástico e realista, e a maior parte dos componentes são gerados por IA no momento, pode ser o que seja, mas é tudo gerado por IA. O jogo trabalha com computing power que não tem nenhum dispositivo, mas é um grande exemplo de integração. A nossa divisão de gaming e o nosso projeto de gaming é multidispositivo próprio.

Qual seria o seu conselho para o que podem ser as áreas de aposta? O que é que hoje um decisor tem de ter em mente? Duas ou três coisas que tem de ter em mente para o próximo ano, em termos de investimento para levar a empresa para a frente?

Falamos das áreas importantes de cidadania, segurança, adoção da cloud, produtividade e aplicações. Um conceito que é um pouco teórico, mas que acho muito importante, é que estivemos a falar de transformação digital nos últimos quatro, cinco anos. E cremos que o mercado, a gente, as empresas em Portugal, têm construído muito mais capacidades em que acreditamos de verdade. Num momento em que falamos de perseverança digital, que é continuar a inversão e ir mais fundo. E vemos uma grande diferença entre as empresas que têm mantido a perseverança digital que tem quatro, cinco anos de transformação real, e as que estão a começar.

Então, o conselho que daria aos leitores é que sigam na perseverança digital, tragam estas conversas e tornem-nas reais, porque nós aqui estaremos para ajudar.

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