Multicloud: It’s a brave new world

Multicloud: It’s a brave new world

Ao reler as palavras de Huxley no Admirável Mundo Novo, não consigo deixar de pensar que este livro nunca foi tão próprio no tempo em que vivemos

O enredo desta obra intemporal passa-se em Londres no ano 2540 (632 DF – “Depois de Ford” – no livro) e antecipa desenvolvimentos em tecnologia reprodutiva, hipnopedia, manipulação psicológica e condicionamento clássico, que se combinam para mudar profundamente a sociedade. 

O admirável mundo novo acontece em todos os momentos e não será menos verdade que esse mundo novo, nas áreas tecnológica e de inovação, desenvolve-se a uma rapidez estonteante e sobre a qual as organizações respondem a inúmeros desafios de adaptação e adoção destas novas tecnologias.

O conceito de multicloud é um admirável mundo novo e abrange os variados modelos de serviços Cloud, SaaS, IaaS e PaaS e consiste na utilização de duas ou mais estruturas desses mesmos serviços. A mais-valia da sua combinação permite-nos adotar tecnologias de diversos fornecedores, modelos ou tipologias, resultando daqui um ganho concreto para as organizações, que ganham a capacidade de responder mais rapidamente aos seus desafios, escalando na sua capacidade computacional, segurança e disponibilidade.

Porquê uma estratégia multicloud?

As estratégias multicloud têm como grande objetivo potenciar o melhor dos três mundos cloud: SaaS, IaaS e PaaS. Quais serão as principais vantagens desta abordagem?

  • Otimização de Investimento – a opção pelo modelo multicloud permite usar a combinação de serviços mais competitiva em termos de preços e capacidade de recursos.
  • Integração de Serviços – com a multiplicidade de fornecedores cloud, a integração de serviços entre plataformas é cada vez mais rápida e facilitada, permitindo combinar serviços e ferramentas de forma mais personalizada e enquadrada nas necessidades de cada organização.
  • Resiliência no armazenamento de dados – este modelo torna-se ainda mais adequado como forma de evitar a perda de dados ou tempo de inatividade devido a falhas.
  • Orquestração e Automação – As ferramentas de orquestração automatizam e coordenam processos complexos como o armazenamento de dados, configurações de aplicações, servidores web e balanceadores de carga.
  • Padronização do modelo as-a-Service – À medida que tecnologias como a virtualização e serviços cloud substituem os data centers, as configurações dos sistemas aumentaram em número e complexidade, sendo que o modelo multiplataforma promove ainda mais o uso de tecnologia como uma experiência ao serviço das organizações.
  • Flexibilidade e Escalabilidade – A versatilidade destes modelos permite que as organizações mantenham os recursos computacionais mais próximos dos seus utilizadores, garantindo um desempenho mais assertivo e com uma latência menor.
  • Segurança e Business Continuity – Este tipo de ambientes tem a vantagem de reduzir o risco de perda de dados ou tempo de inatividade, garantindo alta disponibilidade e uma panóplia de novos serviços relacionados com segurança.
  • Alinhamento com normas internacionais – Os fornecedores multicloud garantem um estreito alinhamento com as normas internacionais, aplicando da melhor forma, as indicações relativas à privacidade e segurança dos dados. A existência de várias localizações (regions) permite responder aos vários contextos e especificações de cada país e/ou continente.

Destaco ainda três tendências no mundo multicloud:

  • FinOps – Com a multiplicidade de plataformas e serviços, e com a massificação de serviços cloud, o controlo de custos torna-se complexo e desafiador para os gestores das organizações. O modelo de operação FinOps surge como uma solução eficiente e que permite às empresas otimizarem seus gastos em serviços cloud multiplataforma e garante a concretização de resultados previamente definidos.
  • Adoção de modelo Platform-as-a-Service – A adoção do modelo PaaS é claramente uma oportunidade de evolução dos sistemas atuais. Com capacidade de criação de um ambiente completo que permite disponibilizar aplicações complexas e nativas em cloud, esta abordagem tem a vantagem de evitar custos e complexidade inerentes a modelos de licenciamento e minimizar a infraestrutura de aplicações subjacente e middleware. Os fornecedores tipicamente gerem a disponibilidade das plataformas, ficando as organizações focadas naquilo que realmente acrescenta valor, os seus serviços.
  • Cloud Managed Services – Uma estratégia multicloud torna as organizações mais ágeis, reduzindo custos e aproveitando ao máximo as novas tecnologias e serviços que todos os dias nos desafiam. Mas mudar e funcionar num ambiente multicloud pode ser desafiante, sendo que as organizações contam com os seus parceiros para garantir uma gestão completa, unificada e segura deste admirável mundo novo.

Independentemente da estratégia a seguir: seja a via cloud pública ou híbrida, estou convicto de que o caminho a seguir deve invariavelmente incluir uma abordagem cloud, o que vai permitir às organizações reagirem de forma mais rápida e assertiva aos novos desafios digitais, sobretudo neste contexto do novo normal, onde as soluções cloud ganharam ainda maior relevância, conferindo às organizações maior flexibilidade e eficiência no dia-a-dias das suas equipas e das suas operações.


por Pedro Rebelo, Cloud Services Director na Bizdirect

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