A quem pertence comprar as capacidades de AI? Quem é responsável por tal orçamento?
Esta é uma questão que, sem dúvida, se coloca agora em muitas organizações, numa altura em que os orçamentos para o próximo ano estão a ser definidos. Mais do que, provavelmente, qualquer outra tecnologia no passado, a IA é transversal a praticamente todos os departamentos da organização e certamente que todos quererão ter uma palavra a dizer, quando não um orçamento para adquirir serviços. Na verdade, se é certo que o IT poderá – e muitos dirão que deverá – ter o papel de condutor das iniciativas de adoção da IA, devido à sua natureza ubíqua a IA poderá ter também um crescimento, no que a orçamentos diz respeito, por via de movimentos ditos de grassroots (ou seja, a partir da base) dentro das organizações. Sim, será possível que estas se decidam por compras centralizadas, mas é inevitável que, tal como aconteceu anteriormente com os serviços de cloud, cada departamento, cada unidade de negócio, queira colocar em prática as suas próprias ideias, e não esteja necessariamente à espera do resultado de um ciclo de decisões centralizado. Com parte dos serviços de IA generativa começando com níveis gratuitos, e com a passagem relativamente barata para serviços com mais funcionalidades, é praticamente uma verdade incontestada que cada utilizador empresarial terá já, nesta altura, o seu serviço de IA preferido – algo que não aconteceu certamente com serviços empresariais clássicos baseados em software como ERP ou CRM, entre muitos outros. Por isso, mais do que nunca, nesta altura em que se aproximam fechos de orçamentos, é fundamental que as empresas decidam um modelo de governança de plataformas de AI, que inclua quem é responsável por comprar o quê e com que orçamento. Caso contrário, criar-se-á, mais uma vez, uma Babel de produtos e iniciativas que, como já se sabe bem do passado, é um novelo extremamente difícil de destrinçar e muito mais oneroso de desatar a cada mês que vier a passar sem estratégias ou direções claras. |