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Um novo mundo elétrico

As respostas aos desafios ambientais, a descarbonização das fontes energéticas e o aumento da eficiência na sua utilização encontram a sua resposta na inovação tecnológica. As empresas de base europeia lideram mundialmente em muitos destes setores energéticos, da produção renovável à distribuição e a sua utilização de forma mais racional e eficiente. Um dos exemplos na liderança da inovação energética é a francesa Schneider Electric. Falamos com o seu recém nomeado vice-presidente Pankaj Sharma sobre os desafios do crescimento sustentável

Um novo mundo elétrico

Separar o crescimento económico do crescimento do consumo energético (energy decoupling) está a ser conseguido no velho continente há várias décadas, primeiro por uma alteração dos modelos económicos de produção, e, na última década, por uma otimização do consumo, ou eficiência energética.

Dito de outra forma, nos últimos 30 anos a Europa cresceu a um ritmo médio de 1,7% ao ano independentemente do consumo energético e na última década com uma ligeira redução nominal da energia consumida.

Mas diminuir a intensidade energética é manifestamente insuficiente; é preciso diminuir significativamente o próprio consumo nominal sem afetar a economia.

Do ponto de vista mais holístico, como situa a sua empresa no atual desafio das metas ambientais?

Pankaj Sharma — A missão da Schneider é ajudar a construir um novo mundo elétrico.

A descarbonização das indústrias é fundamental para um planeta sustentável. A questão é como o fazer.

Do nosso ponto de vista, isto passa por migrar do consumo de carvão e petróleo para formas diretas de produção de eletricidade e simultaneamente digitalizar as indústrias, porque digitalização significa eficiência.

Esta é a missão da Schneider Electric: tornar o mundo mais sustentável.

Se virmos do lado mais prático da divisão Schneider Power Secure, onde temos a maioria da atividade no data center, dos gigantes, passando pelo edge até aos micros [data centers] e ao IT distribuído, o nosso foco é na eficiência.

No caso da eficiência da infraestrutura, com as nossas soluções conseguimos baixar o seu PUE (Power Usage Effectiveness), que tipicamente estava entre 1.8 e 1.9, até 1.17 e isto traduz-se numa redução do consumo energético através da eficiência.

Já no lado do digital, o que estamos a desenvolver são aplicações de software e produtos conectados, o que se traduz em mais informação sobre a utilização da energia, o que significa que o utilizador pode tomar decisões melhores, o que resulta também numa maior eficiência.

O edge computing, alavancado também pelo IoT, é uma das grandes tendências no IT. Quais são os desafios específicos?

O edge pode ser uma grande fonte de desperdício de energia, porque ao contrário do data center central, que é concebido de raiz para ser energeticamente mais eficiente, no Edge, quando uma empresa tem centenas de locais onde precisa de ter capacidade de computação, estes locais normalmente não foram pensados do ponto de vista da eficiência energética.

Por isso e do ponto de vista da missão para um novo mundo elétrico, queremos ter a eficiência by design, para que quando se multiplica este modelo para centenas de localizações seja possível garantir a melhor eficiência possível, independentemente das condições ambientais de cada local.

A segunda grande vantagem da nossa tecnologia edge é que todas as nossas soluções são do tipo Plug & Play. Exemplo disto são os micro data centers, mesmo os pequenos de 6U, que são fáceis de implementar e têm a eficiência energética garantida.

Como se gere com eficiência essa dispersão no IT?

Para o Edge, a Schneider Electric tem como resposta o EcoStruxure IT, que é a visão centralizada da totalidade do edge computing. Com uma única visualização, o gestor pode intervir, por exemplo, quando um local está subaproveitado, ao descolar para lá workloads de computação de outros sites sobreocupados, e isso é importante para aumentar a eficiência geral.

Isto permite aos nossos clientes terem uma visão geral dos ativos, bem como acompanhar o ciclo de vida dos mesmos.

O edge e IoT vão aumentar exponencialmente a quantidade de dados gerados. A Gartner prevê que 75% dos dados estarão no edge em 2025, e todas estas soluções de data center descentralizado necessitam de incorporar uma melhor eficiência energética.

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