Mobilidade empresarial: dos desafios aos benefícios

A utilização dos dispositivos móveis no contexto empresarial está a alterar o modo como trabalhamos e como as empresas operam. Nesta mesa redonda, com oito protagonistas, debatemos as vantagens e as exigências da mobilidade.

Mobilidade empresarial:  dos desafios aos benefícios

O “EFEITO MILLENNIALS” 

Os millennials estão a acelerar a transformação do posto de trabalho, porque querem trabalhar em qualquer parte e a qualquer momento, sem horários impostos e muito menos atrás de uma secretária. “As novas gerações estão cem por cento conetadas e privilegiam tudo o que é social e interligação”, frisou Joana Pires. “Se queremos que esta geração seja mais criativa temos de avançar com esta mudança no seio das empresas”, defendeu Sandra Andrade. “Hoje já não faz sentido pensar numa empresa que proíbe o acesso às redes 
sociais, porque elas também fazem parte da informação que as empresas podem capitalizar”.
No entanto, esta mudança no modo como trabalhamos também acontece porque os próprios negócios estão a mudar. “A mobilidade é um fenómeno interessante porque toca na exibilidade laboral e em novas formas de fazer negócio”, referiu Ana Ribeiro. “Há cada vez mais empresas com modelos de negócio que tiram partido do BYOD, o que implica uma alteração dos modelos de gestão”. Como sublinhou João Dessa, “mobilidade é sinónimo de produtividade”. 

 

João Dessa, Toshiba - Sandra Andrade, Xerox - Pedro Coelho , HP - Ana Ribeiro, Sage - José Manuel Oliveira, Decunify - Nuno Martins,Ingecom - Joana Pires, Microsoft -  Miguel Rodrigues, Prosonic 


ACEITAR A MOBILIDADE 

A mobilidade só será verdadeiramente bené ca se as empresas a permitirem e possibilitarem. “Não adianta ter um trabalhador móvel se este não consegue aceder à informação nem trabalhar de forma colaborativa, ou com processos empresariais baseados em papel”, alertou Sandra Andrade. “Em Portugal estamos a dar os primeiros passos. As ferramentas de produtividade poderão enfrentar algumas barreiras culturais”. Miguel Rodrigues delineou, neste campo, uma fronteira: “Existe uma diferença entre as empresas nacionais e as multinacionais, já que estas demonstram menor resistência à mobilidade”. Ana Ribeiro falou em estratégia digital. “Se existir 
tecnologia e se a gestão da organização estiver preparada para aceitar o digital, a produtividade aumenta. Obtém-se maior concretização, maior rapidez nas decisões e nas operações, muito menos erros e colaboradores mais satisfeitos”. 
 

MENOS CUSTOS

A mobilidade traduz-se em benefícios reais para as empresas. Estudos realizados pela Gartner e IDC, com o apoio da Microsoft, calcularam a poupança de tempo dos colaboradores em 25%. “Os ganhos de e ciência e a qualidade da interação com os clientes são mensuráveis”, referiu Joana Pires. “É possível recolher dados de forma mais imediata, por exemplo. A possibilidade de desmaterializar alguns processos, como a assinatura digital, também signica redução de custos”. 
Pedro Coelho apontou que os projetos de mobilidade têm associados KPIs em três grandes eixos: 
colaboradores (ganhos de produtividade e de motivação); empresa (ganhos de e ciência e e cácia); clientes (melhoria do serviço).
Para as equipas comerciais, ser móvel pode signicar uma redução do ciclo de venda, segundo Ana Ribeiro. Miguel Rodrigues identi cou ainda um outro nível de poupança: as empresas podem recorrer a instalações de menores dimensões a partir do momento em que permitem uma força de trabalho móvel. Realçou, ainda, um benefício indireto, mas fundamental: o impulso que a exibilidade dá à criatividade. 

SEGURANÇA E GESTÃO DE DISPOSITIVOS 

A mobilidade não existe sem riscos. Roubos de credenciais para entrar nas redes empresariais, furto de dados con denciais e sensíveis e fugas de informação foram alguns dos exemplos apontados nesta mesa redonda. José Manuel Oliveira referiu que “a 
preocupação das empresas deve ser conetividade com segurança”.
A gestão de dispositivos e a de nição de per s de utilização é determinante para proteger os dados corporativos. “É fundamental a segurança ao nível das aplicações e dos sistemas operativos”, reforçou Nuno Martins. “Ter, por exemplo, software que controle os níveis do acesso à rede e monitorizar constantemente as versões dos sistemas operativos móveis para garantir que estão atualizados”. 
Pedro Coelho realçou que hoje já é possível passar toda a inteligência de gestão dos acessos para um nível que não o do dispositivo. “É possível colocar todas as restrições ao nível da rede”. Para um maior controlo e simpli cação na gestão de múltiplos dispositivos e sistemas operativos, há empresas que começam a adotar o Choose Your Own Device. “Deste modo, o IT assume 
um compromisso com o colaborador, sobre os equipamentos que este pode utilizar ao serviço da empresa”. Hoje, os departamentos de IT já conseguem integrar smartphones, tablets e híbridos nas suas infraestruturas. “Pela evolução dos dispositivos e do software de gestão do parque informático, é possível geri-los do mesmo modo que se gere um desktop ou um portátil”. 
Para João Dessa, é igualmente importante o software que é integrado de origem no hardware, ao nível de BIOS e TPM, e optar por hardware que, além de robusto e ável, tenha “uniformidade do ponto de vista da conetividade dos equipamentos”. 


CLOUD, A “VIA VERDE” 

Sem a possibilidade de processar e alojar cargas de trabalho na cloud a mobilidade seria bastante mais difícil de colocar em prática e ainda mais desafiante para as organizações. Ana Ribeiro comparou a cloud à Via Verde da mobilidade, dado que esta ca “muitíssimo facilitada” com o recurso à ‘nuvem’. No entanto, tudo se resume às necessidades das empresas. “Dos grandes empresários aos mais pequenos, todos exigem mobilidade, tanto em cloud pura como somente em desktop. Por norma, as empresas que estão a começar optam pelo software-as a-service-puro. Nas micro empresas e nas grandes, a adoção da cloud e da mobilidade acontece com maior frequência, comparativamente com as organizações que se situam entre estes dois extremos”. Nestas, apontou, a mobilidade ainda é gerível num modelo híbrido. 
Joana Pires concordou que a cloud “facilita todos os cenários da mobilidade” e Sandra Andrade enfatizou esta é “importantíssima no acesso à informação e na partilha da mesma”, ou seja, no trabalho colaborativo. “Ninguém, tanto fornecedores como clientes, pode estar fora dessa realidade”. 

 

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