Sete tendências a ter em conta em 2016 (e não só)

Nunca como agora foi tão necessário ficar a par das principais previsões tecnológicas para os próximos anos. O remoinho de transformação atualmente vivido pelas TI é de tal modo intenso que todos os indicadores do futuro são preciosos no momento de perceber qual a melhor direção das decisões que deve começar a tomar já hoje – ou melhor, no início do próximo ano

Sete tendências a ter em conta em 2016 (e não só)
A consolidação da economia digital deverá levar as empresas a investir em tecnologias que lhes permitam reinventar-se. A IDC prevê, aliás, que o compromisso assumido pelas próprias organizações para com a transformação digital impulsionará, nos próximos dois anos, mais de metade dos gastos empresariais com o IT, aumentando para os 60 por cento em 2020. Por essa altura, quase 50 por cento dos orçamentos de TI estarão relacionados com iniciativas de transformação
digital.
E para onde serão canalizados? Segundo a Forrester, as empresas que quiserem dar boas respostas a clientes com elevada literacia digital terão de estar dispostas a empreender grandes mudanças. Caso optem por preservar os modelos antigos, correrão o risco de falhar, uma vez que este é o momento de tomarem decisões que lhes permitam conquistar o mercado. Esta onda de investimentos obrigatórios para a sobrevivência das organizações representa uma excelente oportunidade para todos os que desenvolvem o seu negócio em torno das TI.
Reunimos, por isso, as principais tendências a que deve prestar atenção, tanto as que dizem respeito a 2016 como as que se prolongam pelos próximos anos.
 
Transformação digital começará a impactar mais os negócios B2B
Segundo a Forrester, a partir do próximo ano a transformação digital já não afetará somente as relações com os clientes – começará a ter um impacto profundo
nas próprias operações de negócio. Isto significa que os negócios do B2B já não ficarão atrás do B2C no que ao digital diz respeito, como até agora acontecia, já que estas indústrias também começam a deparar-se, agora, com um aumento das expetativas dos seus próprios clientes.
A Gartner aponta que em 2020 os CEOs das empresas esperam que as receitas oriundas do digital aumentem mais de 80 por cento, enquanto a IDC indica que, em 2020, cerca de metade das empresas empreenderão iniciativas avançadas de transformação digital.
 
Gastos de TI nas mãos de quem lidera as linhas de negócio
Já em 2016 os CEOs deverão, segundo a Forrester, começar a empreender um esforço para integrar diversas iniciativas digitais no negócio. Em 2018, os executivos das linhas de negócio serão responsáveis por cerca de 45 por cento dos gastos mundiais de TI, segundo a IDC, e 35 por cento dos recursos de IT serão gastos para apoiar novas vagas de receita digital.
Ainda assim, os CIOs serão responsáveis, de acordo com a Forrester, por indicar o caminho, envolvendo-se com um ecossistema interno e externo de parceiros, de modo a impulsionar a inovação necessária.
 
Segurança é um dos maiores desafios
Segundo a Gartner, em 2015 a maioria das empresas não foram capazes de mitigar os riscos, e o modelo de proteção utilizado pelo IT ao longo de vários anos – assente em confidencialidade, integridade e disponibilidade – não é já suficiente, apesar de
continuar a ser relevante.
Segundo a consultora, toda a transformação digital está a mover as tecnologias das arquiteturas “core” (servidores, laptops, plataformas móveis, Cloud e serviços mobile) para dispositivos “edge” (dispositivos que não são servidores ou laptops e que desempenham funções específicas no negócio, estando posicionados na fronteira entre os negócios e os consumidores, entre os parceiros e os providers).
No fundo, “core” e “edge” são uma mistura entre o IT tradicional e os componentes de IoT. A explosão digital, dizem os analistas, eleva os serviços de IT, como a Cloud e a analítica avançada, ao status de imperiosos no apoio à escala e às funções dos dispositivos “edge”. Ora, estes dispositivos também trazem consigo novas exigências de proteção, que deve adaptar-se em tempo real, o que impulsionará novas capacidades de cibersegurança, novas práticas e novas tecnologias.
Do ponto de vista da natureza das próprias ciberameaças, os 42 melhores analistas da Kaspersky Lab, da equipa GREAT, apontam que, em 2016, haverá uma evolução da comercialização da ciberespionagem. Tal irá traduzir-se numa evolução das próprias APTs, que vão deixar de existir como as conhecemos, e passar a revestir-se de ataques embebidos mais profundos, cujos autores serão mais difíceis de detetar e rastrear.
Isto significa que estarão mais presentes, com uma maior aposta no malware residente na memória ou sem ficheiro, o que reduz o rasto nos sistemas infetados
e complica a sua deteção. O fabricante espera, assim, um aumento da reutilização
do malware pré-fabricado (off-the-shelf) durante o próximo ano.
A Check Point, por sua vez, também aponta o malware como uma das principais ameaças, porque será “à medida”, ou seja, desenhado para ultrapassar as proteções das empresas. Na sua lista das dez principais ciberameaças, inclui ainda os ataques a dispositivos móveis e wearables, que são cada vez mais apetecíveis para os hackers por serem cada vez mais utilizados pelos colaboradores num contexto híbrido: na vida pessoal e laboral. A IoT não fica de fora do alerta, com a Check Point a indicar ter descoberto, há um ano, uma vulnerabilidade num conjunto de routers para PMEs que permitia sequestrá-los para emitir ataques a dispositivos a eles conectados. Para a Check Point, importa ainda começar a desenhar a segurança, desde a raiz, para ambientes virtualizados, à medida que as empresas começam a fazer a transição para
estes ambientes.
 
Cloud no centro do IT
A IDC não tem dúvidas: em 2018, pelo menos 50 por cento dos gastos de IT serão baseados em Cloud, com as ofertas mais ricas em funcionalidades a serem encontradas na ‘Nuvem’. O mercado de Cloud pública deverá assistir a uma consolidação em torno de seis “mega-plataformas”, mas haverá uma rápida proliferação de plataformas de Cloud da indústria. As empresas que já estejam mais adiantadas no caminho da transformação digital irão criar plataformas Cloud ou associar-se a plataformas já existentes para escalar as redes de oferta e distribuição
digital.
Em 2018, aponta a Gartner, metade das empresas com mais de mil utilizadores irão recorrer a produtos que permitam monitorizar e gerir a sua utilização de SaaS e de outras formas de Cloud pública, o que em si reflete a noção crescente de que, apesar da Cloud ser por norma segura, a utilização de Clouds públicas de uma forma segura exige esforço por parte do cliente.
 
Big Data será variável diferenciadora
Cada vez mais os líderes de negócio irão recorrer ao Big Data como uma vantagem competitiva que lhes permite entregar serviços personalizados, tanto em pontos de encontro digitais como humanos. Isto segundo a Forrester. Já a Gartner, aponta que os avanços em ferramentas semânticas, como bases de dados gráficas e outras técnicas emergentes de análise e classificação de informação, aportarão significado
à informação desorganizada.
 
IoT impactará arquiteturas e canais de distribuição
Em 2018, a IDC prevê que existam 22 mil milhões de dispositivos conectados, o que impulsionará mais de 200 mil novas apps e serviços. A Gartner diz que nesse mesmo ano seis mil milhões de objetos necessitarão de suporte e que tal propulsionará várias
indústrias de serviços e soluções inovadoras que vão melhorar a eficiência de muitos tipos de empresas. Em cinco anos, um milhão de novos serviços estará
online a cada hora. A própria impressão 3D vai expandir-se para diversos
sectores, da energia ao automóvel. Haverá um número cada vez maior de materiais de impressão 3D, que vão conduzir a um aumento composto anual de 64,1 por cento das vendas de impressoras 3D empresariais até 2019. A Gartner diz que tudo isto levará à necessidade de repensar os processos da cadeia de distribuição.
A Gartner indica que, enquanto as organizações se concentram hoje nos
negócios digitais, o negócio algorítmico está a emergir. Algoritmos – relacionamentos e interconexões – irão definir o futuro do negócio.
Num negócio algorítimico, muito acontece nos bastidores, nos quais as empresas não
estão envolvidas diretamente, devido às smart machines.
Para suportar as exigências da IoT é necessária uma arquitetura de computação que
a consultora define como “intensa” e que será neuromórfica, ou seja, alimentada por field-programmable gate arrays (FPGAs). Estes entregarão maiores velocidades
(mais de um teraflop) e eficiência energética. A Gartner entende que esta computação, mais neural na sua configuração, irá ser fundamental para distribuir algoritmos em form factors menores e com menor capacidade elétrica, típicos da
IoT. Tudo isto possibilita, segundo a Gartner, que capacidades de machine learning proliferem nos menores endpoints.
 
Inteligência artificial ganhará terreno
A IDC indica que em 2018 cerca de 20 por cento de todos os trabalhadores utilizarão tecnologias de assistência automática para tomar decisões e realizar tarefas. A Gartner vai mais longe e diz que em 2020 os agentes de software autónomo não controlados por humanos farão parte de cinco por cento de todas as transações económicas. A consultora aponta ainda que em 2018 as assistentes virtuais, como a Cortana, por exemplo, vão não só monitorizar o nosso comportamento como prever as nossas necessidades, uma vez que vão integrar-se com redes neurais baseadas em Cloud.
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