Gartner identifica dez tendências estratégicas para 2016

A consultora deu a conhecer no Gartner Symposium/ITxpo 2015 as dez tendências que serão estratégicas para a maioria das organizações em 2016.

Gartner identifica dez tendências estratégicas para 2016

A Gartner define uma tendência tecnológica estratégica como aquela que tem o potencial de ter um impacto significativo nas organizações. Fatores que denotam este impacto incluem um elevado potencial para a disrupção do negócio, para os utilizadores finais ou para o IT, a necessidade de uma grande investimentos ou o risco de fazer uma adoção tardia. As tecnologias eleitas têm uma influência nos planos da empresa a longo prazo, nos seus programas e iniciativas.

  

“As dez tendências tecnológicas da Gartner vão moldar as oportunidades dos negócios digitais até 2020”, aponta David Cearly, vice presidente”. As primeiras três tendências endereçam a fusão dos mundos físico e digital e a emergência de uma rede digital. Enquanto as organizações se concentram hoje nos negócios digitais, o negócio algorítmico está a emergir. Algoritmos – relacionamentos e interconexões – definem o futuro do negócio. Num negócio algorítimico, muito acontece nos bastidores, nos quais as empresas não estão envolvidas diretamente. Isto é possibilitado pelas smart machines, como o demonstram três das nossas tendências. As nossas quatro últimas tendências abordam a nova realidade do IT, as novas tendências de arquitetura e plataforma necessárias para apoiar os negócios digitais e algorítimicos”.

 

Eis as 10 tendências apontadas pela Gartner.

 

A rede dos dispositivos

Refere-se a um conjunto cada vez maior de endpoints que as pessoas utilizam para aceder a aplicações e informação ou para interagir com outras pessoas, negócios e governos. Esta rede inclui dispositivos móveis, wearables, dispositivos domésticos eletrónicos e de consumo, dispositivos automatizados e dispositivos de ambiente, como os sensores da IoT.  

“No mundo pós-mobile, o foco mudará para o utilizador móvel, que está rodeado de uma rede de dispositivos que vão além dos dispositivos móveis tradicionais”, refere Cearly.

Enquanto os dispositivos estão cada vez mais conectados a sistemas de back-end através de diversas redes, a verdade, diz a Gartner, é que têm operado de forma isolada. À medida que esta rede de dispositivos evolui, esperamos que os modelos de conexão se expandam e surja uma maior interação cooperativa entre dispositivos.

 

Experiência do utilizador

Esta rede de dispositivos cria as bases para uma nova e conínua experiência do utilizador. Ambientes imersivos que entregam realidade aumentada e virtual têm bastante potencial, mas não são o único aspeto da experiência. A experiência ambiental do utilizador conserva continuidade ao longo das fronteiras da rede de dispositivos. A experiência é contínua e seamless ao longo de um conjunto de dispositivos e da interação de canais que misturam ambientes físicos, virtuais e eletrónicos, à medida que o utilizador se move de um lugar para o outro.

“Desenhar aplicações móveis continua a ser um importante foco estratégico para as empresas”, salienta Cearley. “No entanto, o que torna o design vencedor é a disponibilização de uma experiência que flua nos dispositivos, incluindo sensores de IoT, automóveis e até fábricas. Desenhar estas experiências avançadas será um grande diferenciador para fabricantes independentes de software e empresas até 2018”.

 

Materiais de impressão 3D

Os avanços ao nível dos materiais da impressão 3D têm impulsionado a procura, à medida que as aplicações práticas das impressoras 3D chegam a mais setores, incluindo o médico, energético, automóvel e aeronáutico. O aumento das variedades de materiais de impressão 3D vão impulsionar um aumento anual de 64.1% nas vendas destes dispositivos para o sector empresarial, até 2019.

 

Information of Everything

Tudo na rede digital produz, utiliza e transmite informação, que vai além do texto, do áudio ou do vídeo, passando a incluir informação sensorial e contextual. A informação sobre tudo, ou “Information of Everything”, lida com este aspeto através de estratégias e tecnologias que ligam os dados de todas as diferentes fontes. A informação sempre existiu em toda a parte, mas sempre esteve isolada e não inteligível. Avanços ao nível de ferramentas semânticas e de classificação da informação vão trazer mais significado à informação.

 

Machine learning avançado

Tratam-se de sistemas que conseguem entender o mundo de um modo autónomo. As deep neural nets (DNN) são uma forma avançada de machine learning que se aplica a grandes e complexos conjuntos de dados. Automatizam a compreensão da informação, tornando possível contornar os desafios da "Information of Everything". Os DNNs possibilitam que máquinas baseadas em hardware ou software aprendam por si próprias as caraterísticas do ambiente à sua volta, dos detalhes aos conteúdos mais abrangentes. Esta área está a evoluir rapidamente e as organizações têm que perceber como podem aplicar estas tecnologias para ganhar vantagem competitiva.

 

Agentes e Coisas autónomas

O machine learning dá origem a um conjunto de implementações de smart machines, incluindo robots, assistentes pessoais virtuais e veículos autónomos, que atuam de forma autónoma. As smart machines baseadas em software, como a Cortana ou a Siri, são as percursoras. São agentes autónomos e tornam-se na principal interface do utilizador. Permitem que, em vez de interagirmos com botões e menus, o façamos através da fala. “Nos próximos cinco anos, evoluiremos para um mundo pós-aplicacional, com agentes inteligentes que entregam ações dinâmicas e contextuais, além de interfaces”, refere Cearley. “Os líderes de IT devem explorar como podem utilizar estes agentes e coisas autónomas para aumentar a atividade humana e libertar as pessoas para tarefas que só estas podem realizar. Devem, no entanto, reconhecer, que os agentes e as coisas inteligentes são um fenómeno a longo termo, que continuará a evoluir e a expandir as suas aplicações pelos próximos 20 anos”.

 

Arquitetura de segurança adaptativa

As complexidades dos negócios digitais e da economia algorítmica, combinadas com a indústria do cibercrime, aumentam significativamente a superfície de ameaças. Segurança baseada em regras ou em perímetros de defesa é pouco adequado, sobretudo porque as organizações estão a explorar mais serviços cloud-based e APIs abertas para clientes e parceiros, com vista à integração.

Os responsáveis de IT devem focar-se em detetar e responder a ameaças, centrando-se em forma tradicionais de bloqueio e outras medidas de prevenção de ataques. Diz a Gartner que a analítica comportamental auxiliará a arquitetura adaptativa de segurança.

 

Sistema de arquitetura avançada

A rede digital e as smart machines exigem uma arquitetura de computação intensa que as tornem viáveis às organizações. A resposta são as arquiteturas neuromórficas ultra-eficientes. Estas são alimentadas por field-programmable gate arrays (FPGAs), possibilitando maiores velocidades e eficiência energética.

“Sistemas construídos sobre unidades de processamento gráfico e FPGSs funcionarão mais como o cérebro humano e são indicadas para serem aplicados a deep learning e outros algoritmos de pattern-matching que as smart machines utilizam”, sublinha Cearley. "Uma arquitetura baseada em FPGA permitirá machine learning avançado em dispositivos com menor capacidade energética, permitindo que este chegue aos pequenos endpoints de IoT, aos carros e até aos seres humanos”.

 

Rede de aplicações e arquitetura de serviço

Disponibilizada por serviços aplicacionais software defined, esta nova abordagem possibilita performance web-scale, flexibilidade e agilidade. A arquitetura microserviço está a emergir como um padrão para construir aplicações distribuídas que suportem entrega ágil e um deployment escalável, tanto em on-premises como na Cloud. Os containers estão a surgir como uma tecnologia crítica para possibilitar o desenvolvimento ágil de arquiteturas microserviço.

Quem desenvolve as aplicações deverá fazê-lo para criar novas arquiteturas modernas que entreguem aplicações cloud ágeis, flexíveis e dinâmicas.

Plataformas de IoT 

Complementam a rede de apps e a arquitetura de serviço. A gestão, segurança, integração e outras tecnologias standard de IoT são a base para construir, gerir e segurar elementos na IoT.

As plataformas de IoT são o trabalho que o IT faz nos bastidores para que estas arquiteturas e tecnologia sejam uma realidade.

“Qualquer empresa que abrace o IoT necessitará de desenvolver uma estratégia de plataforma de IoT, mas abordagens incompletas por parte dos fabricantes deverão tornar difícil a standarização até 2018”, aponta Cearley.

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