Mobile Forum 2016 debate as tendências e o futuro da mobilidade

A ACEPI, a APDC e a MMA realizaram no dia 12 de julho, no Centro Cultural de Belém, a quarta edição do Mobile Forum Portugal

Mobile Forum 2016 debate as tendências e o futuro da mobilidade

O evento colocou em grande destaque a necessidade das empresas adquirirem uma estratégia digital nos dias de hoje, uma vez que o consumidor procura cada vez mais a interação com as marcas através de múltiplos canais. Miguel Mancellos, responsável da área de Customer Digital Experience da Capgemini Portugal, salientou a importância das empresas se diferenciarem através da aposta na experiência do consumidor e da comunicação multicanal.

A mobilidade levanta muitas outras questões, e a IoT será uma das grande impulsionadoras deste fenómeno, uma vez que pressupõe um ecossistema de interações contínuas. Com o aumento dos dados gerados pelos utilizadores móveis, abre-se o caminho para o Big Data, fundamental para fomentar a comunicação eficaz com o cliente.

Com a evolução que o ecossistema móvel está a assistir, Miguel Mancellos alertou para o conceito de “Mobile First”, e a necessidade deste estar cada vez mais enraizado nas empresas, tendo em conta que os meios pelos quais os utilizadores consomem toda a informação estão a alterar-se drasticamente.

Sempre tendo em mente aquilo que o consumidor moderno procura, até o simples ato de ouvir música já não é o que era. Um dos maiores exemplos de sucesso é o Spotify, que nasceu com o objetivo de travar a pirataria e que disponibiliza quase 40 milhões de músicas. O seu conceito de streaming seduziu os consumidores e hoje o Spotify é a oitava app mais utilizada em todo o mundo, estando presente em 60 países, com um volume de 100 milhões de utilizadores que consomem uma média de duas horas de streaming por dia. Embora a utilização desta plataforma não seja realizada exclusivamente em smartphone ou tablet, e seja realizada também em desktop, em Portugal o Spotify já convenceu mais de 2.4 milhões de utilizadores, que diariamente consomem cerca de 109 minutos por dia, e dos quais 98% optam pelo plano gratuito disponível.

Também os Jogos Santa Casa já se renderam a esta tendência. Todos conhecemos os típicos boletins que se preenchem em locais específicos e que são pagos no local. Para que os utilizadores possam apostar em qualquer local em território nacional ou sem terem que se deslocar, os Jogos Santa Casa apostaram numa estratégia digital que começou em 2004, com a otimização do seu website, e migrou para o mundo das aplicações em maio deste ano. 

A app, que inclui um método de pagamento próprio, permite que os apostadores entrem, apostem e vejam os resultados dos jogos.

Outro dos segmentos que se reinventou com o mobile foi a restauração. A Zomato é um dos casos de maior sucesso deste setor. Embora uma parte dos acessos aos seus conteúdos seja efetuado em PC, 57.4% do seu tráfego é obtido através da sua aplicação móvel. Em Portugal conta já com 16.5 mil restaurantes listados em Lisboa e no Porto, mais de 190 mil apps instaladas em dois anos e 605 mil fotografias carregadas.

Estas três plataformas são casos de sucesso que utilizam ferramentas de Big Data para compreenderem o seu consumidor e poderem oferecer-lhe aquilo que ele pretende. No caso da Zomato, umas das suas grandes ferramentas é o marketing, direcionado a criação de comunidades, neste caso os "Foodies".

Uma vez que ter smartphones, e outros dispositivos móveis, é quase tão indispensável quanto andar sempre com a carteira, os principais players do segmento bancário desenvolveram soluções que permitem ao utilizador efetuar compras, pagamentos e transferências através de dispositivos móveis.

Numa mesa redonda moderada por Rute Sousa Vasco, diretora de conteúdos, Portal Sapo, e que contou com a presença de Alberto López Conzález, digital payments head, Spain & Portugal da MasterCard; Teresa Mesquita, diretora do departamento de Gestão de Produto da SIBS Forward Payment Solutions; e Sebastião Lancastre, CEO da Easypay.

Entre os diferentes métodos de pagamento que foram apresentados, a opinião dos oradores foi unânime quanto às vantagens da possibilidade dos pagamentos móveis, tanto para os utilizadores como para as próprias instituições bancárias, que têm a possibilidade de aproximar-se dos seus clientes, ao oferecer-lhes uma experiência de compra e pagamento totalmente móvel e otimizada para oferecer a maior simplicidade. Os casos de sucesso apresentados neste campo foi o MB Way, que conta já com 150 mil utilizadores, a Easypay e a MasterCard, que apresentou as soluções como o Contacless, o pagamento através de wearables com a tecnologia NFC (Near Field Communication) e o Master Pass, uma mobile wallet.

De futuro, espera-se que o tráfego via smartphones aumente doze vezes até 2020, segundo o Ericsson Mobility Report, sendo que entre 2015 e 2021 o número de smartphones deverá duplicar. Este relatório refere ainda que em 2020 assistiremos às primeiras redes comerciais de 5G.

O 5G é a tendência que vai marcar o futuro do mobile mas tem desafios associados, que foram debatidos por um painel moderado por Ana Felipa Almeida, senior manager da Accenture Strategy, e onde estiveram presentes António Margato, head of Consumer Marketing da Vodafone; Daniel Duque, Corporate sales manager, Microsoft; Duarte Sousa Lopes, diretor Marketing Segmento Pessoal, NOS; e João Epifânio, diretor de Produtos e Serviços B2C da PT. Embora esta tendência represente um desafio para as Telecomunicações, é necessária a aceleração do investimento por parte das empresas deste setor, como forma de assegurar a qualidade das redes para os utilizadores.

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