Regulamento Geral de Proteção de Dados pode resultar em empresas mais competitivas

O evento, que reuniu 170 pessoas, debateu, esclareceu e partilhou conhecimentos sobre a nova legislação e as suas implicações para os cidadãos e empresas

Regulamento Geral de Proteção de Dados pode resultar em empresas mais competitivas

O evento realizado pelo SAS realçou os desafios que o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) da União Europeia representa para todas as entidades. O novo Regulamento, que é implementado a partir de maio de 2018, obriga a que todas as empresas estabelecidas na UE cumpram o novo regulamento, sob pena de serem multadas em até 20 milhões de euros ou 4% do seu volume de negócios anual.

O RGPD terá um impacto direto nas empresas. No entanto, tal como demonstrado por Kalliopi Spyridaki, chief pivacy strategist Europe do SAS, o novo Regulamento pode ser encarado como uma oportunidade de negócio e uma forma de ganhar vantagem competitiva no mercado. Transparência, reforço dos direitos enquanto consumidores, novo driver de mercado, inovação, compreensão e análise dos dados foram alguns dos pontos mencionados por Kalliopi Spyridaki, defendendo que estamos perante uma oportunidade única e estratégica para cada empresa, e que deveremos munir-nos das ferramentas certas.             

O Novo Regulamento Geral de Proteção de Dados levanta inúmeras questões que podem, à partida, parecer simples mas que a maioria das organizações não sabe responder de forma precisa. As empresas necessitam de ajuda de técnicos e de tecnologias como analítica, que deve ser utilizada para prevenir determinadas situações de risco. João Oliveira, principal business solutions manager – Information Management CoE, no âmbito do evento, indicou as cinco etapas (blocos de ações) que considera fundamentais para o cumprimento do GDPR: acesso às fontes de dados; identificação dos dados; governação dos dados; proteção da informação e, por fim, mecanismos de auditorias internas e reports permanentes.  

O evento deu ainda lugar a uma mesa redonda, moderada por Luis Bettencourt Moniz, responsável de marketing do SAS Portugal, e que contou com a participação de Rita Rodrigues, responsável das Relações Institucionais da Deco Proteste, Manuel Melo, presidente da APCIBER – Associação para a Promoção da Cibersegurança e Proteção de Dados e João Oliveira.

O impacto e desafios atuais e futuros do RGPD sob a perspetiva dos consumidores e em termos legais; os mecanismos necessários para a concretização deste processo; a capacidade de garantia de conformidade com as novas normas estabelecidas; a questão da responsabilização (importante em termos da defesa do consumidor mas também na lógica das empresas envolvidas); o papel incontornável mas ainda pouco elucidativo do DPO (Data Protection Officer); custos e expetativas foram alguns dos temas lançados, predominando a ideia de que estamos perante algo complexo e transformador.

“Esta é a oportunidade do século XXI. Sendo que a maior dificuldade, independentemente da dimensão da empresa, está ligada à inventariação dos dados”, assegurou João Oliveira.

Por sua vez, Manuel Melo, presidente da APCIBER, aludiu ao facto de que “as empresas estão todas, confortavelmente instaladas, sob um regime jurídico com 25 anos”, acreditando que o novo regulamento vem “abanar” e obrigar-nos a sair da zona de conforto, representando por isso um enorme desafio.

“Este regulamento é revolucionário e particularmente exigente. Pode, na verdade, ser uma ameaça para quem tem práticas ilícitas, mas também uma oportunidade para um posicionamento competitivo no mercado”, sublinhou o responsável. Manuel Melo realçou ainda o facto deste regulamento pretender proteger os dados pessoais não só dos consumidores/clientes mas também dos trabalhadores.

“Isto pode ser encarado como a oportunidade de muitas empresas reformularem processos de negócio”, salientou João Oliveira, que reforçou a ideia de que o tempo é o maior fator crítico de sucesso mas que, com as ferramentas adequadas e com a ajuda do analytics, consegue-se transformar esta oportunidade em vantagens de negócio.

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