Web Summit: "Todos os países serão digitais"

John Chambers, Chairman da Cisco, veio a Lisboa transmitir a visão do fabricante sobre a transformação digital, não só ao nível das empresas, mas também dos países

Web Summit: "Todos os países serão digitais"

Um mundo mais digital como um mundo mais próspero não é uma visão inteiramente nova por parte do maior fabricante de sistemas de rede do mundo. Conhecemos esta linha de pensamento da Cisco, aliás compartilhada posteriormente pela maioria da indústria do IT.  
Possivelmente uma visão demasiado otimista quando, no mesmo central stage, se discutiu no painel seguinte os custos sociais da digitalização, e o facto de parte da população dos países desenvolvidos ter a prazo que lidar com uma subocupação laboral, e os estados terem de criar sistemas de redistribuição do produto gerado não necessariamente baseados no trabalho de cada pessoa.

Mas isso não retira validade à mensagem central, que é absolutamente verdadeira: a digitalização é um tema de competividade e quem ficar para trás perde em todas as frentes.

Se conhecemos essa análise ao nível empresarial, John Chambers elevou a fasquia ao colocar o desafio ao nível das comunidades, cidades e países.

A agenda digital passa assim para uma responsabilidade pública, como a única forma de produzir uma alteração significativa no crescimento do PIB, de acordo com a Cisco, que refere o esforço público na Índia, e os seus resultados robustos no crescimento económico.

A agenda digital, para nós europeus, é um tema pré-crise financeira, mas na maioria dos países com restrições orçamentais passou, com o restante investimento público, para a lista dos temas adiados.

John Chambers pega no exemplo de França, e da agenda digital recentemente recuperada pelo Presidente Hollande como a via para os gauleses saírem da estagnação económica, referindo que os resultados já estão a aparecer, tendo este país liderado o investimento europeu em ventures capital no primeiro semestre de 2016.

Em dia de eleições nos Estados Unidos, a jornalista de serviço colocou a questão que cada vez mais está na ordem do dia: o que fazer com os cidadãos que estão a ficar para traz na digitalização e que em grande medida explicam fenómenos como Brexit ou Donald Trump?

E na verdade a pergunta não tem uma resposta simples. John Chambers (que se afirma como um republicano que pela primeira vez na vida votou azul) aponta para a educação e a formação profissional como a única forma de tornar os cidadãos aptos para enfrentar esta disrupção. E para os republicanos aponta caminhos bem mais intervencionistas (pensamento mais habitual no lado dos democratas) para os Estados, ao nível da responsabilidade de liderar a formação dos seus cidadãos no mundo digital, através de cursos profissionais em network gratuitos, e outras iniciativas de inclusão dos cidadãos menos preparados.

Chambers espera que Hillary termine o trabalho iniciado nos anos 90 pelo seu marido Bill, e que construa a primeira agenda digital para o povo americano como forma de incluir a metade da América revoltada e excluída das novas oportunidades para dentro da transformação digital, como a única forma de coesão social e reunificação do país. 

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