Gartner: como os Chief Data Officers estão a beneficiar os negócios

O terceiro "Gartner Chief Data Officer Survey" anual foi realizado entre julho e setembro deste ano com 287 CDOs, Chief Analytics Officers e outros líderes de dados e analítica, de todo o mundo.

O inquérito revelou que o suporte do papel e função de CDO está a aumentar a nível global. A maioria dos inquiridos reportaram deter o título formal de CDO, revelando um aumento estável desde 2016 (57% em 2017 comparado com 50% em 2016). As organizações que estão a implementar um departamento de CDO também cresceu desde o ano passado, com 47% a relatar a implementação de um departamento de CDO em 2017, comparado com os 23% de 2016.

Outro indicador de maturidade são as dimensões do departamento do CDO. O ano passado o estudo relatou uma média de 38 colaboradores a tempo inteiro (não fazendo a distinção entre direto e indireto) enquanto este ano é relatada uma média de 54 colaboradores diretos e indiretos, representando a natureza federada da concepção do departamento do CDO.

Com mais de um terço dos inquiridos a colocar “aumento de receitas” no top 3 de indicadores de sucesso do CDO. O inquérito investigou também a forma como estes profissionais dividem o seu tempo. Em média, 45% do tempo dos CDO é dedicado à criação de valor e/ou geração de receitas, 28% a eficiência e redução de custos, e 27% a mitigação de risco.

Muito mais do que simples gestão de dados

De acordo com o inquérito, em 2017 os CDO não estão apenas focados nos dados. As suas responsabilidades abrangem gestão de dados, analítica, data science, ética e transformação digital. Uma percentagem maior do que esperado (36%) relatou também responsabilidade sobre lucros e perdas. “Este maior nível de responsabilidades para os CDO reflete a crescente importância e natureza pervasiva dos dados e da analítica nas organizações, e a maturidade do papel e função do CDO,” afirmou Valerie Logan, research director na Gartner.

No inquérito de 2017, 86% qualificaram “definir uma estratégia de dados e analítica para a organização” como responsabilidade de maior relevância, em comparação com os 64% de 2016. Isto reflete uma necessidade para criar estratégias de dados e analítica para abordar a dependência crescente de dados e analítica dentro de um contexto de negócio digital.

Agentes de mudança

O inquérito oferece insights sobre o tipo de atividades que os CDOs estão a levar a cabo de forma a impulsionar a mudança nas suas organizações. Várias áreas parecem verificar um aumento notável nas responsabilidades dos CDOs em comparação com o ano passado:

• Servir como digital advisor: 71% estão a agir como thought leader em modelos digitais emergentes, e a ajudar na criação da visão de negócio digital para a organização.
• Extrair insights e manter relações com o meio externo: 60% estão a avaliar oportunidades e ameaças externas como input para a estratégia de negócio, e 75% estão a construir e manter relações externas em todo o ecossistema da organização.
• Tomar partido dos dados para vantagem competitiva: 77% dos inquiridos estão a desenvolver novas soluções de analítica para inovar na competição 

Os inquiridos relataram que abundam os obstáculos internos ao sucesso dos CDOs. Destes, o mais frequente é “resistência cultural à mudança”, apontado por 40% dos entrevistados em 2017.  Um novo obstáculo, “literacia de dados insuficiente”, foi introduzida como segundo maior desafio (35%), sugerindo que assegurar padronização da linguagem partilhada e fluência em dados, analítica e resultados de negócio numa variedade de funções organizacionais é uma prioridade central para os CDOs. Quando questionados sobre o envolvimento com outros executivos c-level, a relação com o CIO e CTO foi destacada como mais próxima, seguido de um grau abrangente de envolvimento positivo com toda a C-Suite.